STF E TSE

Bolsonaro arrisca teoria sobre ‘denúncias’ da Folha contra Moraes

Em entrevista a rádio de Natal (RN), o ex-presidente deu a entender que conhece os bastidores da apuração

Alexandre de Moraes, no TSE, e Jair Bolsonaro em entrevista a Augusto Nunes.Créditos: TSE / Reprodução YouTube
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu uma entrevista na última quarta-feira (14) em que comentou as “denúncias” feitas em reportagem da Folha de S. Paulo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e arriscou uma teoria para explicar a motivação para as ações do magistrado ao longo das últimas eleições, quando também ocupava a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moraes foi acusado pelo jornal de fazer pedidos de relatórios “fora do rito” ao setor de investigação do TSE, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Diversos juristas, incluindo seus colegas de Suprema Corte e Paulo Gonet, o procurador-geral da República, o defenderam das acusações, afirmando que a atuação do ministro está dentro da legalidade. Mesmo assim, lideranças bolsonaristas no Senado preparam um pedido de impeachment.

À Rádio 96 FM, de Natal (RN), Bolsonaro assume que a conduta descrita na matéria seria um abuso cometido por Moraes na sua direção e arrisca uma teoria para explicar o que considera uma perseguição da parte do magistrado.

“O que é claro é que é algo pessoal do Alexandre de Moraes comigo. É claro. Só não enxerga quem não quer”, afirmou, sem dar maiores explicações.

A primeira matéria foi publicada na última terça-feira (13) e a entrevista de Bolsonaro à rádio foi na quarta. Ao comentar o caso, o ex-presidente inelegível deu a entender que conhece os bastidores da apuração.

“Mais importante do que você ter uma informação é saber como utilizá-la, e eu sou o elo mais fraco dessa corrente aí, não sou nada (…) Talvez a partir de hoje à tarde, amanhã, já tenhamos novidades”, disse o ex-presidente.

E, de fato, nesta quinta-feira (15) a Folha publicou uma segunda reportagem, em que afirma que uma pessoa responsável pela segurança de Alexandre de Moraes teria acessado dados sigilosos das forças de segurança paulistas por meio da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.

Wellington Macedo, policial lotado no gabinete de Moraes, teria pedido a Eduardo Tagliaferro - lotado na AEED-TSE - que apurasse vazamentos de dados pessoais do ministro e de seus familiares, além de ameaças que receberam por meio digital. Pelo WhatsApp, Tagliaferro teria anunciado que obteve sucesso em conseguir informações sigilosas por meio de um contato na Polícia Civil paulista.