Desde que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que concorre à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de outubro, foi flagrado no centro da capital paulista embarcando em um Corolla blindado com seguranças e assessores, bolsonaristas tentam empurrar aos meios de comunicação uma narrativa que recorda o velho ‘Celtinha’ do psolista, insinuando que ele teria enriquecido de maneira ilícita após se eleger para a Câmara dos Deputados.
“Boulos declarou o ‘Celtinha’ ao TSE, mas anda de Corolla”, diz a narrativa de ocasião. Obviamente, trata-se de mais um exemplo de desinformação da extrema direita, que conta com dois candidatos em São Paulo: o prefeito Ricardo Nunes (MDB) apoiado por Jair Bolsonaro (PL) e o coach Pablo Marçal (PRTB).
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O Chevrolet Celta 2009/2010, avaliado em cerca de R$ 20 mil, foi registrado por Boulos junto à Justiça Eleitoral e é, de fato, o único veículo de propriedade do candidato. O carro ficou famoso durante a campanha de 2020, quando foi usado para o deslocamento do então candidato a prefeito e ganhou o apelido de ‘Celtinha’, tornando-se uma espécie de personagem da campanha. Até um jingle foi feito em sua homenagem.
A história do carro ainda tem um dado curioso. Além de já ter sido informado ao Tribunal Superior Eleitoral nas campanhas de 2018 (presidência da República) e 2020 (Prefeitura de São Paulo), também foi reformado em meio à campanha eleitoral de 2022. À época, Boulos tinha vencido um processo judicial contra o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que havia publicado um vídeo com informações falsas sobre o psolista, e usou o dinheiro da indenização para dar um ‘trato’ no ‘Celtinha’. Após a reforma, o carro foi valorizado. Sua avaliação passou de cerca de R$ 15 mil para R$ 20 mil.
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Sobre deixar o Celtinha na garagem para adotar o Corolla blindado no qual foi flagrado, Boulos explicou ao Uol que foi motivado a tomar essa medida após ser alvo de uma série de ameaças que o extrapolaram como alvo para mirar também seus familiares. Também revelou que os veículos blindados são bancados pelo Psol em nome da segurança da sua campanha.
“Começou a ter um nível de ameaça brutal, a envolver a minha família. Mandamos para a Polícia Federal, que está investigando. Uma das pessoas que ameaçou a gente era um agente de segurança aqui de São Paulo. Então decidi com a minha equipe e partido, que é quem está pagando o aluguel do carro blindado, usar durante a campanha. Meu Celta continua lá na garagem e espero que, passando essa situação de campanha, também passe esse nível tóxico de ameaça e eu continue com ele”, declarou.