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MST também vai ocupar as urnas em outubro

Por todo o Brasil, reuniões estão acontecendo e a expectativa é que o MST conquiste muitas cadeiras nas casas legislativas de diversos municípios brasileiros

MST reúne candidatos na Paraíba.Créditos: Zé Barbosa Jr/Revista Fórum
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Depois de muitos anos em uma estratégia que não vislumbrava a disputa eleitoral, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começou a disputar espaços legislativos no Brasil. O maior movimento social da América Latina sempre teve uma postura política clara, seja nas icônicas marchas pela reforma agrária ou no apoio a candidaturas progressistas. No entanto, com o avanço do conservadorismo durante o governo Bolsonaro e o aumento da influência da bancada ruralista, o movimento começou a ter uma ação mais contundente. Já em 2022 foram 15 candidaturas às assembleias legislativas, com a eleição de 6 desses nomes, sendo 2 deputados federais e 4 deputados estaduais.

Para 2024 a estratégia é ainda maior: eleger um grande número de representantes do movimento (entre assentados e aliados) nas câmaras municipais espalhadas pelo território brasileiro. O MST também busca uma renovação política. Dessa forma, essas candidaturas não se limitarão à luta pelo acesso à terra e à produção de alimentos saudáveis, que são bandeiras tradicionais do movimento. Questões como a defesa da educação pública, o resgate das políticas sociais, e o combate ao machismo e à LGBTfobia também estão incluídas nas pautas das candidaturas dos sem-terra.

Formação na Paraíba

Durante todo o dia desta segunda-feira (12), os candidatos que representarão o MST na Paraíba, em pelo menos 8 cidades, estiveram em um encontro de formação e definição de estratégias no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, em Lagoa Seca, município vizinho a Campina Grande. Ao todo, 14 candidatos ligados ao movimento estiveram reunidos com líderes do MST, assessores e equipes de apoio, pensando os movimentos que se sucederão até outubro, quando acontecem as eleições municipais.

Representantes de partidos de esquerda e centro-esquerda, além de movimentos sociais paraibanos estiveram presentes também demonstrando apoio e garantindo a participação efetiva nas campanhas dos candidatos presentes. As reuniões trataram de conjuntura nacional, posicionamentos estratégicos e históricos do MST e uma análise de cada candidatura, entre possibilidades, viabilidades e propostas para a campanha que já inicia oficialmente no próximo dia 16.

Por todo o Brasil, reuniões deste tipo estão acontecendo e a expectativa é que o MST conquiste muitas cadeiras nas casas legislativas de diversos municípios brasileiros, fortalecendo assim a luta por uma reforma agrária popular e uma política de direitos humanos que seja capaz de atender a todas as pessoas em situação de vulnerabilidade no Brasil. Como diz um dos lemas do movimento: MST – a luta é pra valer!