O inquérito da Polícia Federal que indiciou Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias e relógios furtados do acervo da Presidência da República que eram enviados ao exterior para serem vendidos, que teve seu sigilo levantado na segunda-feira (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator da ação, mostrou como o ex-presidente agia em relação a objetos que não lhe renderiam dinheiro algum caso fossem negociados.
Numa conversa entre o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, e um outro assessor do antigo ocupante do Palácio do Planalto, o coronel Marcelo Câmara, ambos do Exército, em 1° março de 2023, o primeiro explica ao segundo a razão para Bolsonaro ter dispensado dois objetos aparentemente de valor, segundo ele itens que “não valiam nada” e que “nem banhados [a ouro] eram”.
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“Ele não pegou porque não valia nada. Então tem, tem... né? Tem aqueles dois maiores: não vale nada. É, é... Não é nem banhado, é latão. Então meu pai vai, vai levar pro Brasil na mudança. O outro que tava lá em Nova Iorque, tá lá em Nova Iorque tá descendo ainda, né? E o resto meu pai não conseguiu sacar tudo. Ele sacou seis, né? E, depois vai, vai, vai, vai sacando o resto”, diz Cid, aproveitando para reafirmar que seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, vinha auferindo lucro com os objetos de luxo desviados e vendidos e, assim, entregando dinheiro a Bolsonaro periodicamente.
Veja o trecho do relatório final da PF constante no inquérito encaminhado ao STF:
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