“No fundo, é a inteligência humana que pode aperfeiçoá-la (a IA), porque nada mais é do que a gente ter a capacidade de fazer a coletânea de todos os dados, e temos as big techs que fazem isso sem pedir licença, sem pagar imposto, e ainda cobram dinheiro e ficam ricas por conta de divulgar coisas que não deveriam ser divulgadas”, destacou Lula na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação nesta terça (31).
Para desenvolver políticas de investimento e uso da IA no país, Lula encomendou no início do ano o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, com o lema 'IA para o Bem de Todos' e discursou sobre a proposta no evento. Antes de entrar em vigor, o plano ainda será validado pelo Palácio do Planalto. Dentro do plano, o Ministério da Ciência e Tecnologia prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028.
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Pesquisa de ponta
Prevê-se que o plano mobilize recursos significativos, incluindo R$ 12,72 bilhões em crédito provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), BNDES e outras fontes. Além disso, estão alocados R$ 8,47 bilhões para gastos públicos e mais de R$ 1 bilhão em investimentos privados. O plano é estruturado em cinco eixos principais: apoio ao processo regulatório e de governança; inovação empresarial; melhoria dos serviços públicos; difusão, formação e capacitação; e infraestrutura e desenvolvimento.
Os repasses previstos incluem a construção de uma infraestrutura local, que abrange um supercomputador, além de incentivos para a indústria brasileira de IA. Entre as ações previstas, está a compra de um supercomputador, com o objetivo de impulsionar a pesquisa de ponta no Brasil. A meta é que o equipamento figure entre os cinco mais potentes do mundo em capacidade de processamento Além disso, as iniciativas ainda estão voltadas para o Sistema Único de Saúde (SUS).
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Proteção de dados
O gasto previsto para a criação da "nuvem soberana", uma estrutura de armazenamento gerida pela DataPrev, é de R$ 1 bilhão. O objetivo é proteger dados sigilosos, uma vez que, atualmente, são utilizados serviços de empresas estrangeiras.
De acordo com a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, o armazenamento vai garantir mais segurança aos usuários. “Não vamos depender da capacidade de armazenamento, que hoje é muito depositada nas grandes empresas internacionais. Precisamos de uma nuvem brasileira. Está previsto que o computador que vai ter essa função será o da DataPrev, porque ele já reúne melhor as condições para dar esse impulso.”