Governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) está se sentindo cada vez mais confortável na chamada "terceira via", que busca descolar o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) para alçá-lo candidato em 2026.
Após estrelar a capa da Veja e fazer propaganda da privatização da Sabesp na Globonews, Tarcísio foi recebido aos gritos de "mito" neste domingo (28) em Campinas e ignorou o ex-presidente, que cobra lealdade de seu apadrinhado na política - e se irrita com a troca de afagos com setores da direita e mídia liberal.
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Ao chegar na convenção de Dário Saadi, de seu partido, o Republicanos, na cidade do interior paulista, o governador foi recebido com o coro de "mito, mito, mito", geralmente usado pela horda para saudar o ex-presidente.
Já no palanque, em seu discurso, Tarcísio sequer citou o nome de Bolsonaro em meio às promessas ao prefeito de Campinas, candidato à reeleição.
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O fato deve aumentar as rusgas com Bolsonaro, que tem se mostrado cada dia mais irritado com a aproximação de Tarcísio dos articuladores da "terceira via".
Terceira via?
Após concluir a entrega à toque de caixa da Sabesp para o Grupo Equatorial, que experiência pífia no setor de saneamento, Tarcísio Gomes de Freitas concedeu uma longa entrevista à Monica Waldvogel e "analistas" da Globonews para fazer propaganda das privatizações.
A conversa amistosa teve início com uma "levantada de bola" do analista de economia Daniel Souza, que logo de cara escancarou os interesses neoliberais no governador paulista.
"Eu queria ouvi-lo sobre futuro, sua visão de futuro. O senhor considera que existe espaço para a privatização avançar mais no Brasil, qual a importância da privatização. Talvez, no longo prazo, o Brasil avançar para uma privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil. Qual é a sua visão mais ampla, mais agregada da privatização?", disparou o "analista".
Em tom amistoso, bem diferente da forma como trata os jornalistas quando indagado sobre temas espinhosos, como a matança promovida pela Polícia Militar paulista, Tarcísio aproveitou a deixa.
"Há espaço para avançar mais nas privatizações. Eu acredito que com o passar do tempo a gente foi aprendendo a modelar e estruturar melhor os projetos. A gente compreende melhor os riscos, a gente foi se aprofundando na temática da regulação", disse Tarcísio na resposta, que ganhou repercussão no portal G1, do grupo Globo.