Protagonista de surtos, ironias e arroubos autoritários em suas intervenções na Câmara Federal, o deputado bolsonarista Maurício Marcon (Podemos-RS) se vitimizou e tentou forjar um choro em vídeo nas redes sociais após ter seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).
Eleito na esteira do bolsonarismo, Marcon teve o mandato cassado porque, segundo o TRE, o Podemos usou candidatas laranjas para fraudar a cota de mulheres nas eleições de 2022.
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Em nota, o TRE-PR diz que Marcon foi favorecido porque "houve fraude à cota de gênero na composição da lista de deputados federais do Podemos, nas eleições de 2022, bem como reconhecido o abuso na ausência de destinação de percentuais mínimos destinados ao tempo de televisão para candidaturas femininas e para pessoas negras".
"Como consequência, o TRE-RS, de forma unanimidade, declarou a parcial procedência da ação para: a) cassar o diploma de deputado federal expedido a Maurício Bedin Marcon, com fundamento no art. 14, § 10, da Constituição Federal e do art. 22 da Lei Complementar 64/90; b) invalidar a lista de candidaturas beneficiadas da legenda ao cargo de deputado federal; c) anular todos os votos nominais e de legenda do PODEMOS/RS, obtidos para o cargo de deputado federal na Eleição de 2022, no Rio Grande do Sul; d) determinar o recálculo dos quocientes eleitoral e partidário", afirma a justiça eleitoral. À decisão cabe recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Vitimização
Em vídeo publicado nas redes sociais, Marcon aparece bem diferente do deputado que ocupa quase diariamente o púlpito da Câmara para atacar Lula. Ele ficou conhecido pela esquete que fez no plenário contra as drogas, indagando "quem fuma 200 baseados?" para atacar a descriminalização do porte de maconha pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Cabisbaixo, o extremista se vitimiza dizendo que "não roubei, não matei, não fiz tráfico de influência, não tenho CC (conta-corrente) fantasma... Não tenho nada".
Em seguida, Marcon tenta forçar um choro para dar mais ênfase à encenação na rede.
"Confesso que não está sendo fácil gravar essa live", diz suspirando e fazendo cara de choro. "A gente vem fazendo um trabalho há muito tempo na defesa das pessoas, aqui em Caxias do Sul, recebendo duas ameaças de morte", emenda.
Assista ao vídeo