O diretor do documentário sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Doriel Francisco, tem recebido financiamento público direto do deputado bolsonarista Mario Frias (PL-SP) através da Cota Parlamentar da Câmara. Embora oficialmente descrito como despesas para "vídeos de divulgação da atividade parlamentar" e impressão de folders nas notas fiscais, os pagamentos totalizam quase R$ 14 mil em cinco parcelas ao longo de dois meses.
A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles. Os pagamentos são feitos por meio da cota destinada a despesas consideradas "típicas do exercício do mandato". Em produção e com depoimentos do clã, o filme intitulado “A Colisão dos Destinos” é uma peça de propaganda para exaltar a imagem de Bolsonaro em decorrência das investigações da Polícia Federal (PF) e dos indiciamentos.
Te podría interesar
Nas redes, o diretor diz que “falar de Bolsonaro é falar de Deus, de pátria, de família e de liberdade”, repetindo o lema. No mês de junho, Frias utilizou recursos públicos para realizar um pagamento de R$ 7, 5 mil ao cineasta. Além disso, foram emitidas quatro notas fiscais para pagamentos à produtora de filmes, referentes a serviços gráficos específicos. Frias também declarou ter coordenado a impressão de 36, 1 mil folders em colaboração com Doriel.
Te podría interesar
Bolsonaro e a blindagem de Flávio nas 'rachadinhas'
O áudio obtido pela Polícia Federal num computador do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que no governo passado foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), registrado de maneira oculta durante uma reunião no Palácio do Planalto com o então presidente Bolsonaro, o general Augusto Heleno, então ministro-chefe do GSI, e as advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em que tratam de uma interferência direta nas investigações contra o parlamentar, que é acusado de ter praticado rachadinhas enquanto era deputado estadual no Rio, tem um trecho curioso e que também é praticamente uma confissão de culpa.
O sigilo do arquivo foi levantado nesta quinta (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Mais para o fim da reunião, depois de chegarem à conclusão de que as defensoras de Flávio devem procurar o então chefe do Dataprev, Gustavo Canuto, que foi ministro do Desenvolvimento Regional, Bolsonaro alerta as advogadas para que tomem cuidado com o que vão falar “porque nunca se sabe se alguém está gravando”. Por óbvio, uma gravação só seria um problema se o grupo estivesse cometendo um crime.
Advogada Luciana Pires – Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá.
General Heleno – Tentar alertar ele que, ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar gente de confiança dele. Se vazar... [inaudível].
Jair Bolsonaro – Tá certo. E, deixar bem claro, a gente nunca sabe alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém.
Leia mais nesta matéria da Fórum.