ABIN PARALELA

Jean Wyllys sobre ter sido espionado pela Abin de Bolsonaro: "danos morais e materiais profundos"

O ex-deputado federal está na lista de pessoas públicas que foram espionadas pela chamada "Abin paralela"

Jean Wyllys sobre ter sido espionado pela Abin de Bolsonaro: "danos morais e materiais profundos".Créditos: Reprodução redes sociais
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O ex-deputado federal Jean Wyllys divulgou nesta sexta-feira (12) um comunicado sobre o fato de seu nome constar na lista de pessoas espionadas pela "Abin paralela", montada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sob o comando de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

Para Jean Wyllys, ter contato com as provas de que era espionado serviu de gatilho para "pânico". "Embora eu intuísse que o governo Bolsonaro - uma organização criminosa de extrema-direita envolvendo militares de altas patentes - espionava-me e à minha família, saber das provas disso não deixa de me abalar e de servir de gatilho de pânico. Como gente desse nível de banditismo pode ter sido eleita para o governo federal? Essa é uma pergunta retórica porque sabemos como: à base da mentira organizada e de violências", disse.

Em seguida, Jean Wyllys afirma que não é possível separar "o empoderamento desta organização criminosa do assassinato de Marielle Franco em 2018. Logo, se eu estava sendo espionado por ela, era porque esta pretendia me fazer algo muito pior do que o assédio, as reiteradas calúnias difundidas aos milhões e a difamação sistemática perpetradas contra mim nas mídias sociais e em igrejas pelos membros da organização com mandato e sem mandato parlamentar, colocando-me e à minha família em sério risco de morte".

"Os danos produzidos por isso estão presentes em nossas vidas. Aliás, a saída para o exílio foi uma recomendação da CIDH da OEA para que eu pudesse sobreviver à violência que esta organização criminosa perpetrava contra mim antes mesmo de Bolsonaro se eleger, como, por exemplo, me associar de forma caluniosa ao suposto atentado que o chefe da famiglia sofreu na corrida eleitoral de 2018", prossegue o ex-deputado.

Por fim, Jean Wyllys afirma que toda a perseguição que sofreu e o exílio lhe causaram "danos morais e materiais profundos, mas em relação aos quais agora terei formas de exigir reparação por toda perda e sofrimento".