PARANÁ

Privatização das escolas: Ratinho Júnior pede prisão de professora presidenta de sindicato

Procuradoria Geral do Estado quer prisão de Walkiria Olegário Mazeto por greve contra privatizações

Walkiria é professora da rede estadual e presidenta do SindicatoCréditos: Reprodução/Redes Sociais
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O governo Ratinho Júnior (PSD-PR) pediu a prisão da presidenta APP-Sindicato, a professora Walkiria Olegário Mazeto, através da Procuradoria Geral do Estado do Paraná.

Segundo o órgão, a professora descumpriu medida judicial ao convocar a greve que luta contra a privatização das escolas públicas paranaenses.

O APP foi uma das entidades mobilizadoras da paralisação após o governo Ratinho Júnior propôr uma legislação que permite a terceirização da administração das escolas estaduais. A medida foi aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na última segunda-feira (3).

No mesmo dia, milhares de professores e estudantes foram às ruas e entraram no parlamento para protestar contra a medida privatista de Ratinho Júnior.

Por conta da mobilização e da greve, a PGE pediu a prisão da professora.

“Em razão do não cumprimento da ordem judicial da qual tinha ciência inequívoca e que suspendeu o movimento grevista na data de 01 de junho de 2024 (cujo início seria em 03 de junho de 2024), mantendo todos os atos paredistas, incitando cidadãos verbalmente e através das redes sociais à adesão à greve, e, ainda, com isto, gerando danos ao patrimônio público que serão objeto de pedido de ressarcimento oportunamente”, diz o pedido da PGE.

O APP-Sindicato emitiu nota declarando que a proposição do governo não tem “fundamento legal”.

“Sobre o documento que está circulando nas redes sociais onde o governo Ratinho Jr. pede a prisão da presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, informamos que a Secretaria de Assuntos Jurídicos da nossa entidade, juntamente com deputados estaduais, Defensoria dos Direitos Humanos e OAB/PR, estão tomando todas as medidas políticas e jurídicas necessárias para o cancelamento imediato desta proposição que não possui qualquer fundamento legal”, afirma a entidade em nota.

“Tudo isso só confirma as atitudes antissindicais e ilegais deste governo, além de sua truculência contra o funcionalismo público, o autoritarismo e o abuso de poder desproporcional do Estado contra a organização dos(as) trabalhadores(as) da educação”, completa.