A conclusão pela Polícia Federal das investigações sobre as joias e a carteira de vacinação aumentou a fervura na horda de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que terá o indiciamento pedido pelos investigadores nos dois casos - cabendo ao Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, a abertura ou não de processos criminais contra a organização criminosa capitaneada pelo ex-presidente.
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Após incursão nos EUA, a PF vai incluir no relatório provas contundentes de que Bolsonaro sabia do furto das joias do acervo da Presidência e deu aval para a venda dos objetos nos EUA.
As joias foram surrupiadas pelo ex-presidente e levadas no avião durante a fuga de Bolsonaro para os EUA às vésperas da posse de Lula, em dezembro de 2023. Lá, coube ao general Mauro Lourena Cid, pai do tenente coronel Mauro Cid, iniciar as negociatas para levantar valores milionários com a venda dos presentes.
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Segundo Bela Megale, no jornal O Globo nesta quarta-feira (5), nos EUA os investigadores conseguiram imagens e entrevistas que provam que Bolsonaro sabia que a venda das joias era ilegal - e deu aval à negociata mesmo assim.
Além disso, as operações de recompra dos objetos, que envolveu, entre outros, o advogado Frederick Wassef, foram detalhadas e mostram que a quadrilha sabia da ilegalidade da operação.
Anistia
Em meio ao encerramento das investigações e provável indiciamento de Bolsonaro, que pode levá-lo à cadeia, aliados do ex-presidente tramam uma estratégia no Congresso para conceder anistia e, em 2026, tentar reverter a inelegibilidade.
A estratagema passa pela aprovação do Projeto de Lei que anistia os participantes dos atos golpistas de 8 de Janeiro, que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).
A deputada catarinense já afirmou publicamente que pretende incluir Bolsonaro entre os anistiados.
O PL está sendo usado por Bolsonaro e o PL na eleição para sucesão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara.
A legenda, que soma 95 deputados, condiciona o apoio aos candidatos que se comprometerem a levar a pauta a plenário já em 2025. Até o momento, somente Elmar Nascimento (União-BA) teria sinalizado que topa o acordo.
Antonio Brito (PSD-BA), que tem o apoio do governo, e Marcos Pereira (Republicanos), foram procurados, mas ainda não se manifestaram.
Após a aprovação no Congresso do PL da Anistia, Bolsonaro deve tentar reverter a inelegibilidade no próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a saída de Alexandre de Moraes e a chegada de André Mendonça como representante do Supremo Tribunal Federal (STF), os aliados de Bolsonaro enxergam um clima mais favorável ao ex-presidente.
A ação na corte, no entanto, só deve ser encaminhada em 2026, quando Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, assume a presidência do tribunal. O plano é obter a anistia às vésperas da eleição para que Bolsonaro possa tripudiar sobre o discurso de que é vítma de perseguição.