ORCRIM BOLSONARISTA

Mauro Cid presta depoimento à PF sobre nova joia de Bolsonaro e inquérito se encaminha para o fim

O objeto de luxo e alto valor foi descoberto por investigadores durante diligências nos EUA, onde assessores do ex-presidente teriam tentado vendê-lo; Ex-presidente deve ser indiciado

Mauro Cid em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas.Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), acaba de prestar seu depoimento à Polícia Federal, na noite desta terça-feira (18), sobre a nova joia descoberta pela investigação durante diligência nos EUA.

As diligências contaram com apoio do FBI (Federal Bureau of Investigation) e ocorreram em diversas cidades americanas, como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York. Nelas, os policiais conseguiram depoimentos de comerciantes, documentos e imagens de câmeras de segurança. Os investigadores então teriam descoberto um vídeo que mostraria suposta negociação desta nova peça, cujo paradeiro, até o momento, é desconhecido.

Os federais apontam que emissários de Bolsonaro tentaram vender 4 joias nos EUA: duas presenteadas pela Arábia Saudita e outras duas pelo Bahrein. Para a PF, trata-se de organização criminosa montada em torno do ex-presidente com o objetivo de desviar os objetos de luxo.

Relógios das marcas Rolex e Patek Philippe, avaliados em 68 mil dólares à época, ou R$ 347 mil, foram vendidos para a empresa Precision Watches. Mauro Cid esteve pessoalmente em Wilson Grove (Pensilvânia) pra fazer o negócio. Os federais estão em posse de um comprovante de depósito encontrado no celular do ex-ajudante de ordens.

Para Andrei Rodrigues, o diretor-geral da PF, a nova joia “robustece a investigação” que pode levar Bolsonaro à cadeia. "A nossa diligência localizou que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve negociação de outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se ela já foi vendida ou não foi. Mas houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior", explicou o diretor da PF.

Mauro Cid, no entanto, disse em depoimento que desconhece a existência dessa nova joia. Também nesta terça-feira (18), o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, prestou seu depoimento sobre o caso e fez coro com o filho ao declarar que não tem conhecimento do objeto.

Ambos são acusados de integrar a organização criminosa que desviou as joias para tentar vendê-las em seguida. De acordo com a CNN, Cid teria dito a aliados que se ocorreu qualquer venda de joias, teria sido por terceiros e sem seu consentimento.

Cid não pode mentir, pois assinou acordo de delação premiada. Caso não esteja falando a verdade e a PF descubra, pode perder os benefícios acordados na delação.

Os depoimentos de Mauro Cid e seu pai devem marcar a última etapa da investigação sobre o caso. Segundo os investigadores, o inquérito deve ser finalizado ainda neste mês de junho e, na sequência, a PF deve indiciar Jair Bolsonaro por peculado. O Ministério Público Federal (MPF) então analisará o indiciamento e decidirá se oferece denúncia à Justiça, que, se aceitá-la, tornará o ex-presidente réu e o deixará mais perto da prisão.

Se condenado, a pena varia de 2 a 12 anos de prisão e multa. Caso a sentença seja superior a 8 anos, Bolsonaro terá que cumprir pena em regime fechado.