O senador bolsonarista Hamilton Mourão (Republicanos-RS) fez um pedido delirante ao presidente "ultraliberal" da Argentina, Javier Milei: conceder asilo político a mais de 60 condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro que fugiram para o país vizinho.
Através de uma publicação no X, antigo Twitter, o ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro alega que os condenados são pessoas que "não confiam mais na Justiça brasileira" e estariam lá por isso.
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Além disso, o militar diz que o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva “desejou” a prisão dos golpistas e que há um “viés autoritário e persecutório da esquerda no poder”.
Operação Lesa Pátria
Até o último dia 11, a Polícia Federal (PF) capturou 50 dos 208 foragidos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. As operações, parte da Operação Lesa Pátria, foram realizadas em 18 estados e no Distrito Federal, cumprindo mandados de prisão preventiva. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, entre 50 e 100 dessas pessoas fugiram para a Argentina.
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A PF declarou que não tornará pública a lista de fugitivos. No entanto, tornou-se conhecida a identidade de, no mínimo, 10 bolsonaristas em fuga, após a violação de suas tornozeleiras eletrônicas e a subsequente saída do país. Na segunda-feira passada, Manuel Adorni, porta-voz da presidência argentina, declarou que será examinado caso a caso e que “não há informações de que Milei vai ajudar brasileiros que fugiram”.
Na Argentina, a Comissão Nacional para Refugiados (Conare) é a responsável por conduzir análises confidenciais de casos desse tipo. Desde 1998, quando ambos os países se juntaram ao Mercosul, um acordo que permite a extradição de fugitivos para o Brasil foi reafirmado. É crucial notar que este tratado bilateral tem sido respeitado desde a década de 1960 pelo país argentino.
Um dos equívocos que estariam na fala do senador é afirmar que a captura dos foragidos também está relacionada diretamente ao governo federal, já que a solicitação de extradição dos condenados e investigados é feita por órgãos da Justiça brasileira, e não diretamente pelo Palácio do Planalto.