SEM ANISTIA

Mourão delira em pedido a Milei sobre asilo político para golpistas

Para o senador, general e ex-vice de Bolsonaro, os ‘pobres’ arruaceiros de extrema direita foragidos não teriam mais ‘confiança’ na Justiça brasileira

O general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), senador e ex-vice-presidente de Bolsonaro.Créditos: Marcelo Camargo/Agencia Brasil
Escrito en POLÍTICA el

O general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) delirou nesta terça-feira (11) ao falar sobre a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023 e pedir que Javier Milei, presidente da Argentina, dê asilo político para os golpistas foragidos que conseguiram entrar no país vizinho. Para o senador e ex-vice de Bolsonaro, os ‘pobres’ arruaceiros de extrema direita não teriam mais ‘confiança’ na Justiça brasileira.

O político bolsonarista deu as declarações em sua conta no X, antigo Twitter. Ele avalia que o Governo Lula seja autoritário e esteja perseguindo adversários políticos.

“A captura internacional, tão desejada pelo governo de turno mostra claramente o viés autoritário e persecutório da esquerda no poder (...) A ida de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro para a Argentina mostra tão somente que essas pessoas não mais confiam na Justiça brasileira”, escreveu o general.

A postura de Mourão surpreende por um lado e não causa nenhuma surpresa de outro.

Surpreende pelo fato de um senador se prestar ao papel de defensor de arruaceiros foragidos – inclusive insinuando que criminosos de outras matizes sintam-se à vontade para desafiar a Justiça.

E não surpreende em absolutamente nada se levarmos em consideração que tal senador é identificado com a extrema direita bolsonarista, que já ultrapassou todos os limites do absurdo antes colocados para a política brasileira. Espera-se, inclusive, a negação da realidade na defesa da narrativa política por parte desse setor.

Lesa Pátria

A Polícia Federal deflagrou em 6 de junho uma nova fase da Operação Lesa Pátria, em nível nacional, para cumprir 208 mandados de prisão contra golpistas condenados ou investigados pelo 8 de janeiro de 2023 que sejam considerados foragidos ou apresentem risco de fuga do país.

Foram 50 bolsonaristas presos em 18 estados e no Distrito Federal. Todos são foragidos ou investigados com risco de fuga. A PF agora está atrás dos outros 158 alvos da operação. As diligências para efetuar suas prisões seguem em vigor.

Algumas das prisões foram feitas nos dias anteriores à operação, uma vez que os agentes já monitoravam os bolsonaristas que davam indícios de fuga, impedindo-os de chegar às fronteiras. Os nomes dos foragidos já foram incluídos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e agora a PF tenta incluí-los, também, na difusão vermelha da Interpol.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após as denúncias que surgiram na imprensa de que condenados pela intentona golpista teriam rompido suas tornozeleiras eletrônicas e tentado fugir para países vizinhos como o Uruguai e a Argentina.

De acordo com as investigações, vários desses foragidos têm tentado obter refúgio no país governado por Javier Milei. Inicialmente se falava em 65 fujões, mas agora o número está entre 50 e 100 golpistas, conforme adiantado por Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.

Autoridades argentinas estariam monitorando esses brasileiros, enquanto o Brasil pede a extradição dos mesmos, conforme informações divulgadas para os meios de comunicação.

Milei promete analisar cada caso, sem pressa, enquanto figurões da extrema direita brasileira como Mourão e Eduardo Bolsonaro pressionam o país vizinho a conceder asilo político aos fundamentalistas.