FASCISMO BOLSONARISTA

Bolsonaro celebra crescimento do fascismo no Parlamento Europeu e articula com extremistas

Bolsonaro, que governou beneficiando interesses do sistema financeiro internacional, diz que "establishment está espumando de ódio". Ex-presidente e filho têm relações estreitas com partidos extremistas e neonazistas da Europa.

Beatrix von Storch, líder do partido extremista AfD, com Jair e Eduardo Bolsonaro.Créditos: Instagram
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Inelegível até 2030, Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais na noite deste domingo (9) celebrar o avanço da extrema direita fascista nas eleições para o Parlamento Europeu. 

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Somados os grupos supranacionais que são compostos por siglas ultrarreacionárias, como o Conservadores e Reformistas (ECR) e o Identidade e Democracia (ID), além dos “Não Inscritos”, que é o caso dos neonazistas alemães da AfD (expulsos da ID no último mês), o número total de assentos da extrema direita deve ser de 145 num universo de 720. Ou seja, praticamente 20% do Parlamento Europeu.

Bolsonaro, que em seu governo representou os interesses do sistema financeiro internacional por meio das políticas neoliberais, comemorou o resultado dizendo "todo o establishment está espumando de ódio".

"Todo o establishment está espumando de ódio e distribuindo suas fakenews para difundir nas redações, estridentes com as pessoas que tanto querem calar", escreveu, sinalizando o conluio internacional na chamada "guerra de narrativas".

Cotado pelo pai para ser embaixador do Brasil em Washington durante o governo Donald Trump, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou um tuite de Fabio Wajngarten, em que o ex-Secom e advogado de Bolsonaro o elogia pela articulação com os neofacistas europeus.

"O Eduardo Bolsonaro é um gigante da política internacional, sacrificando o dia a dia com sua família, viajando sem parar para articular, fazer relacionamentos, fazer política, trazer luz de fora para dentro sobre os acontecimentos recentes do Brasil. Não tenho nenhuma dúvida que com os resultados de hoje na Europa, onde a Direita atropelou, Eduardo ficará ainda mais protagonista nessa atuação", escreveu Wajngarten no tuite compartilhado por Eduardo.

Durante tour pela Europa, o filho "03" de Jair Bolsonaro tem se reunido com figuras extremistas da direita europeia.

Em abril, Eduardo esteve no Parlamente Europeu para, com suporte da extrema direita, propagar a narrativa da "ditadura comunista" no Brasil. 

Na ocasião, se encontrou com Hermann Tertsch, deputado espanhol do ultradireitista Vox.

Terstch é filho do diplomata e jornalista austríaco Ekkehard Tertsch, que trabalhou com Josef Hans Lazar, considerado o porta-voz de Adolph Hitler durante a Ditadura do "caudillo" Francisco Franco, que durou de 1939 a 1975.

Em maio, em novo turnê pela Europa, Eduardo publicou foto com a deputada Beatrix von Storch, neta do ministro de Finanças de Adolf Hitler.

No texto que acompanha a foto, Eduardo Bolsonaro classifica Beatrix como "excelente deputada" e ainda compara a ascensão nazista com o atual momento histórico do Brasil.

"Reuni-me no Bundestag, o Congresso alemão, em Berlin com a excelente Deputada Beatrix von Storch e seu marido Sven. Os tempos estranhos atuais no Brasil lembram o incêndio do Congresso alemão em 1933, que foi a desculpa usada por HtL!€r para perseguir seus opositores", escreveu Eduardo.

Além de ser neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças de Hitler, Beatrix é uma das lideranças do partido de Alternativa Para a Alemanha (AfD), que possui quadros neonazistas em suas fileiras.

De acordo com as últimas projeções oficiais, o AfD obteve 15,9% dos votos dos alemães nas eleições europeias e se consolidou como a segunda força política do país, superando os sociais-democratas do SPD, legenda do atual chanceler Olaf Scholz, que obteve 13,9%, e ficando atrás apenas dos conservadores da União Democrata-Cristã (CDU/CSU), partido da ex-chanceler Angela Merkel.