De LISBOA | André Ventura, o perturbado líder do “Chega”, o partido de extrema direita de Portugal, começou a semana otimista com as eleições europeias, bradando que sua legenda seria a grande vitoriosa em termos de crescimento, o que lhe traria pelo menos cinco cadeiras em Bruxelas. Encerrada a votação neste domingo (9), o que se viu foi um Ventura choramingante e chateado, tendo que engolir uma fragorosa derrota e conformar-se com apenas dois assentos no Parlamento Europeu.
Com a quase totalidade das urnas apuradas, o Partido Socialista (PS) saiu vitorioso, com 32,09% dos votos, o que garantiu à maior sigla de esquerda do país ibérico oito cadeiras na capital da Bélgica. Na segunda posição, bem próxima, ficou a AD (Aliança Democrática), de centro-direita, composta pelo PSD e os nanicos CDS e PPM, com 31,12%, assegurando-lhe sete posições no parlamento da União Europeia.
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Só na terceira posição, e com 9,79% da preferência do eleitorado, veio o “Chega”, que ficou com duas cadeiras. Se comparado com seu desempenho de três meses atrás, nas legislativas portuguesas, quando obteve mais de 18%, o partido de extrema direita perdeu metade de sua força entre a população, em que pese o fato de as abstenções nas eleições europeias (mais de 60%) serem muito superiores às das legislativas de 10 de março deste ano (33%).
Surpresa mesmo foi o IL (Iniciativa Liberal), espécie de NOVO de Portugal, que praticamente empatou com o “Chega”, conseguindo 9,07% e o mesmo número de cadeiras. O BE (Bloco de Esquerda) apareceu em quarto lugar, com 4,25% dos votos e um assento em Bruxelas, mesmo número que a CDU, coalizão liderada pelo Partido Comunista Português (PCP), que atingiu 4,12% dos votos, ficando também com um representante no Parlamento Europeu.
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O cabeça de chapa do “Chega”, António Tânger Correa, embora eleito, foi quem ficou incumbido de fazer o lamentador discurso de derrota dos fascistas lusos. “Hoje não foi um dia bom para o Chega. Há perder e ganhar, ganhar e perder, estou muito habituado a isso na vida... Somos dois, mas somos bons, e vamos para Bruxelas para trabalhar, para representar Portugal, representar os portugueses”, disse, referindo-se ao único companheiro de partido que também foi eleito, Tiago Moreira de Sá.