RIO GRANDE DO SUL

Gleisi rebate ataque de Nikolas contra Lula: "Gente ruim, sem alma, oportunistas e calhordas"

Presidenta nacional do PT e deputada federal responde a xingamento do parlamentar mineiro contra o presidente da República por metáfora futebolística em referência à união do povo gaúcho durante tragédia atual

Créditos: PT Nacional - Gleisi Hoffmann enquadra Nikolas Ferreira por xingamento a Lula
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A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), refrescou a memória do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), que atacou presidente Lula por declaração feita no Rio Grande do Sul, onde esteve para coordenar os trabalhos do governo federal em apoio ao povo gaúcho, que vivencia uma tragédia em razão de fortes chuvas.

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Conhecido como "Chupetinha", o parlamentar extremista de direita, em postagem no X (antigo Twitter), chamou Lula de "escroto" por ter feito uma analogia entre a tragédia no Rio Grande do Sul e um clássico do futebol gaúcho.

"Enquanto pessoas estão morrendo, perdendo suas casas e desesperadas no RS, ele chega no local e fala que está torcendo pro Grêmio e internacional. Escroto", escreveu o deputado.

Reprodução X Nikolas Ferreira

Gleisi rebateu o ataque e ofereceu um "chá de memória" ao deputado mineiro. A parlamentar paranaense relembrou que durante a tragédia na Bahia, em dezembro de 2021, em razão de enchentes, e também durante a pandemia da Covid-19, o ídolo de Ferreira, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preferiu tirar férias e passear de jet ski em Santa Catarina.

"Naquela ocasião, as fortes chuvas atingiram 643 mil pessoas, deixando 25 mortos e milhares de desabrigados. Além da morte de milhares por Covid. Que moral tem o deputado bolsonarista mineiro para contestar e criticar o presidente Lula?", escreveu Gleisi.

A deputada esclareceu que a fala de Lula ao chegar ao Rio Grande do Sul, que torcia por Internacional e Grêmio, foi uma clara metáfora ao lema “todos somos um” para mostrar que era um momento de união do povo gaúcho para enfrentar a tragédia que aconteceu.

"Gente ruim, sem alma, oportunistas e calhordas. Vocês podem se achar, mas o povo não escolheu vocês para governarem! Onde estão vocês nesse momento difícil do povo gaúcho?", finalizou.

Bolsonaro não prestou solidariedade e ainda mentiu

Além do descaso com o povo baiano em dezembro de 2021, o governo Bolsonaro também mentiu sobre ajuda para o estado, que à época era governado por Rui Costa (PT), hoje ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula.

Naquela ocasião, a gestão bolsonarista correu para anunciar que estava editando uma Medida Provisória para disponibilizar R$ 200 milhões para socorrer o estado da Bahia após o desastre das chuvas que destruiu parcialmente 136 municípios e deixou 21 mortos.

Era mais uma mentira. Conforme informações prestadas em entrevista coletiva por Costa, apenas 40% desse valor seria destinado à Bahia, enquanto restante será dividido entre o Sudeste (R$ 50 milhões) e o Norte (R$ 70 milhões) do país.

Fortes chuvas causam adiamento do "Enem dos Concursos"

Ferreira também comentou pelas redes sobre o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), que aconteceria neste domingo (5), mas foi adiado pelo Governo Federal devido às fortes chuvas que assolam a Região Sul do país. Ainda não há novas datas.

O extremista de direita, depois de uma sequência de postagens com as já comuns críticas ao governo Lula, admitiu o acerto da decisão do governo federal em adiar o CNU.

Reprodução X Nikolas Ferreira

A ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3), reforçou a impossibilidade de os moradores inscritos no CNU no Rio Grande do Sul e Santa Catarina de se locomoverem até os locais de provas devido ao cenário crítico que atinge os estados.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, postou no X o anúncio oficial do adiamento do CNU.

Recado para bolsonaristas

Pimenta também gravou um vídeo postado no X com uma mensagem que serve como uma luva ao falatório do "Chupetinha".

Em momentos como o que o Rio Grande do Sul está vivenciando, "as pessoas revelam o que têm de melhor e também o que têm de pior".

Assista:

A tragédia em números

Até o momento, o estado do Rio Grande do Sul registrou 32 mortos, 60 desaparecidos e 14,8 mil desabrigados, sendo 4.645 pessoas em abrigos e 10.242 desalojados (na casa de familiares ou amigos). 

Ao todo, 154 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 71,3 mil pessoas. As enchentes assolam a região desde a segunda-feira (29), e, ao contrário das chuvas de 2023, que atingiram apenas alguns locais, como o Vale do Taquari, desta vez o impacto ocorre em todo o estado.