Menos de uma semana após Lula nomear Paulo Pimenta como ministro-chefe na Secretaria Extraordinária para Reconstrução do Rio Grande do Sul, o conluio entre o governador Eduardo Leite (PSDB) com a mídia liberal - e que inclui ainda a horda bolsonarista nas redes - foi colocada em prática.
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Nesta segunda-feira (20), o governador negacionista climático - que destruiu boa parte da legislação ambiental do Estado e defendeu a derrubada do Muro da Mauá, construído nos anos 1970 para contenção das cheias do rio Guaíba -, encontrou espaço no jornal O Globo e na Folha de S.Paulo, onde classificou Pimenta como "preposto de Lula" ao afirmar que é ele quem vai liderar a reconstrução do Estado.
"O presidente apresentou o seu preposto para esta missão de apoiar a reconstrução, vamos trabalhar com ele, vamos juntar as forças para poder atender a população", disse Leite.
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Já o Globo fez uma pergunta capciosa sobre o ministro, ao indagar se Leite "considera que o presidente Lula poderia ter sido mais cuidadoso e não colocado um político como Paulo Pimenta no novo ministério criado para lidar com a tragédia?"
"A reconstrução é liderada e coordenada pelos próprios gaúchos que têm um governo constituído. O nome do ministério é Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução. Se (o órgão) se propõe a ser apoio à reconstrução, é muito bem-vindo", respondeu o governador tucano, com soberba.
Não satisfeito, O Globo então cutucou: "mas Pimenta é provavelmente candidato ao governo gaúcho daqui a dois anos, não?".
"O presidente tem a legitimidade para poder apresentar o nome que ele entenda pertinente. Da minha parte, busquei um perfil técnico para a minha secretaria de reconstrução recém-criada", respondeu o governador.
O nome de "perfil técnico" indicado para a Secretaria de Parcerias e Concessões na Secretaria da Reconstrução Gaúcha - criada na sexta-feira (17), dois dias após o anúncio do Ministério por Lula - é o do economista neoliberal Pedro Capeluppi, que ocupou cargo de secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados - a secretaria privatista - na gestão Paulo Guedes como ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL).