Em longa entrevista na manhã deste domingo (19) a veículos convidados pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, entre eles esta Fórum, o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária para a reconstrução do Rio Grande, Paulo Pimenta revelou os interesses por trás da avalanche de fake news e desinformação no conluio entre mídia liberal e bolsonarismo em meio à maior tragédia climática do Brasil.
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"Por que em momentos como esse é tão importante para a extrema direita acionar esse sistema de fake news? Na eleição, o objetivo era desacreditar o sistema, a urna eletrônica, a transparência. Eles seguem querendo questionar a atuação do poder público", disse.
Segundo Pimenta, a tragédia gaúcha expõe 3 grandes discursos políticos: da extrema-direita, do neoliberalismo e o projeto de Lula, que vê o Estado como indutor das políticas públicas focando em projetos sociais, que foquem na vida das pessoas.
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"A gente percebe neste momento 3 grandes discursos. Em primeiro lugar, o discurso da extrema direita, que é necessariamente das fake news e das mentiras. Isso se deve se fato de que as tragédias são os momentos em que o poder público e as políticas públicas aparecem com muita força e a sociedade enxerga o papel do Estado. Para a extrema direita, é fundamental construir uma narrativa de que o Estado é ineficiente, que é cada um por si, que as políticas públicas não funcionam. Foi assim que eles fizeram na pandemia", afirmou.
"Por outro lado, vamos ver o discurso do neoliberalismo, do Estado mínimo, das contratações das consultorias internacionais, dos fundos de reconstrução. E nós vamos ver o nosso campo político, da esquerda, das políticas públicas, do programa de recuperação do Rio Grande do Sul a partir de uma lógica sustentável, que discuta e aprofunde, além das causas meteorológicas, o porquê isso aconteceu e como nós temos que proceder para que, daqui para frente, situações como essa não se repitam", emendou.
Segundo ele, o interesse econômico comum entre os neoliberais e o fascismo bolsonarista estruturou um ecossistema em escala industrial para propagação de fake news e discursos pró-mercado para confrontar o governo, especialmente aqueles que estão na linha de frente em ações sociais e, no caso, de reconstrução do Rio Grande do Sul com medidas estatais.
"Você percebe que é uma questão industrial, planejada. Todos os dias há novas fake news. E tu vai observar que são as mesmas pessoas, o mesmo ecossistema. Depois, na medida que o governo federal foi responsabilizando algumas pessoas para representá-lo, essas fake news também vieram se direcionando, especificamente para mim. Nas últimas 72 horas, a quantidade de fake news a meu respeito é algo impressionante".
Na entrevista, Pimenta ainda antecipou que a estrutura de comunicação do governo está sendo reestruturada e passará a ter, novamente, "encontros semanais" de Lula com a população.
"Vamos voltar a um formato de encontros semanais. Vamos manter a ideia das entrevistas de rádio porque achamos muito importante que o Presidente Lula fale com o interior do Brasil".
"O presidente da República é nosso melhor comunicador, é um grande comunicador. Tem coisas que ele gosta de fazer: falar de manhã, dar entrevistas às rádios. A partir da fala dele, das entrevistas dele, a gente pauta toda imprensa do país", emendou.
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