O Ministério da Saúde começou a elaborar um plano de atendimento à saúde mental das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Com mais de 1,9 milhão de pessoas atingidas pelas fortes chuvas, onde muitas perderam tudo que tinham, as consequências também são psicológicas.
De acordo com a pasta, o plano será elaborado em três eixos:
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- Um totalmente focado na população;
- Outro cuidará da saúde mental dos trabalhadores que estão na linha de frente da tragédia;
- E um terceiro com diretrizes para os gestores do estado e dos municípios, para que possam estabelecer uma rede de atendimento continuada.
Desde o início da tragédia climática, o Ministério da Saúde tem disponibilizado atendimento psicossocial em unidades médicas e abrigos. Neste sábado (11), foram enviados mais quatro psicólogos a Porto Alegre.
Fausto Soriano Estrela Neto, coordenador da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), adianta que o plano trará indicações como a comunicação adequada sobre o evento; o atendimento indicado para crianças, idosos e pessoas em vulnerabilidade social; e comunicação de massa.
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Outro ponto de destaque é o o uso da telessaúde. “Temos um colapso na estrutura de saúde do Rio Grande do Sul, que foi destruída pela enchente. Estamos concluindo a análise de onde temos comunicação e como podemos usá-la. Uma das camadas é telegestão, teleatendimento, teleconsulta e tele-educação para chegar a um público maior”, afirma o coordenador.
Fausto ainda ressalta que o atendimento à saúde mental da população do Rio Grande do Sul é um dos focos do governo federal. “Vamos garantir as especificidades do atendimento psicossocial durante a crise causada pelas chuvas."
Veja o que já foi feito pelo Ministério da Saúde
- Diagnóstico das regionais de saúde mais afetadas em saúde mental em seis pontos do estado;
- Definição da estratégia de saúde mental e atenção psicossocial de forma conjunta com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul;
- Envio de duplas com membros da Força Nacional do SUS e representantes da secretaria estadual para as sedes regionais de atendimento;
- Estabelecimento de linha única de comando entre as ações da saúde mental, atenção primária à saúde e desenvolvimento social (especialmente nos abrigos);
- Qualificação das equipes locais para acolhimento, estabilização emocional, auxílio na tomada de decisões para gestores e trabalhadores de todo o estado;
- Divulgação de materiais informativos e formativos sobre saúde mental na primeira fase de resposta;
- Cinco psicólogas especializadas em desastres para apoio a articulação de um comando único entre todas as ações no estado.
Ansiedade climática da população gaúcha
Em entrevista à Fórum, o psicólogo de Porto Alegre, Fábio Dal Molin explica sobre uma das consequências mentais da catástrofe no Rio Grande do Sul: a ansiedade cimática. O termo ainda não é muito utilizado, mas vem sendo incorporado como um conceito para entender a saúde mental de pessoas prejudicadas pelas mudanças climáticas.
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