O influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu em sua conta do X, antigo Twitter, no final da tarde deste domingo (7), o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), “quando Bolsonaro retornar ao poder”.
“Quando Bolsonaro retornar ao poder, devemos promover o impeachment de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal e aprovar uma lei estabelecendo que eles sejam eleitos para o cargo, eliminando a nomeação pelo presidente e estabelecendo um limite de mandato de 10 anos, sem possibilidade de reeleição”, escreveu o blogueiro.
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Monark, que é processado por defender a existência de um partido nazista, afirmou ainda que “infelizmente Bolsonaro se tornou a única opção viável até agora”.
A frase do blogueiro de extrema direita faz coro à afronta do bilionário Elon Musk ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, perguntando na última sexta-feira (5), por que ele “exige tanta censura no Brasil”.
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Partido nazista
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ajuizou junto à Justiça paulista, no final de março, uma ação civil pública na qual pede que Monark seja condenado a pagar uma indenização de R$ 4 milhões, a título de dano moral coletivo, por ter defendido em um podcast ao vivo a existência de partidos nazistas.
Em entrevista com os deputados federais Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (Podemos), em fevereiro de 2022, Monark afirmou que “a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião”. Foi neste momento que o influenciador defendeu que partidos nazistas fosse legalizados.
“Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei (...) As pessoas não têm o direito de ser idiotas?”, disparou na ocasião.
Segundo o promotor Reynaldo Mapelli, a ação apresentada à Justiça pelo MP contra Monark é baseada nos pareceres antropológico, psicológico e socioassistencial.
"Todos comprovaram, com sólida fundamentação técnica, a postura racista, o antissemitismo e o nazismo no comportamento do réu, bem como a necessidade de reprimenda", afirma Mapelli.
"A defesa da criação de um partido cuja ideologia é a própria antítese da construção histórica recente dos direitos humanos é incompatível com o texto constitucional [...] O mesmo se diga em relação à defesa de ser antijudeu. Por esse motivo, tal discurso não afeta somente as vítimas diretas do nazismo, mas toda a sociedade brasileira", prossegue o promotor.
Indenização
O promotor Reynaldo Mapelli pede que a Justiça de São Paulo condene Monark a pagar R$ 4 milhões pela fala em defesa da existência de um partido nazista. O valor, segundo a ação civil pública, será remetido Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos, ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do estado.