MUSK X MORAES

É "fundamental" regular as redes, diz Pacheco após ataques de Musk a Moraes

Declaração do presidente do Senado acontece após ameaça do bilionário às decisões do STF em banir extremistas que divulgaram fake news no X, antigo Twitter

Pacheco defendeu urgência na regulamentação das redes sociais.Créditos: Lula Marques/Agência Brasil
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que a regulamentação das redes é "inevitável" e "fundamental" após as ameaças do bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) às decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou as contas de extremistas condenados por fake news e ataques antidemocráticos

“Acho que é algo inevitável [regulação das redes]. Precisamos ter uma disciplina legal em relação a isso. Sob pena de haver discricionariedade por parte das plataformas, que não se sentem obrigadas a ter um mínimo ético do manejo dessas informações e desinformações", afirmou Pacheco.

"Ao mesmo tempo, a participação do Poder Judiciário tendo que discutir questões relativamente ao uso dessas redes sociais sem que haja uma lei”, acrescentou o senador.

O presidente do Senado ainda cobrou a Câmara dos Deputados pela análise do PL 2630, conhecido como "PL das Fake News", que está parado na casa desde 2020. O projeto de lei tem como objetivo responsabilizar as plataformas pela divulgação de conteúdos falsos, além de estabelecer diretrizes para o julgamento de quem propagar fake news.

"O Senado aprovou, em 2020, um projeto de regulamentação das plataformas digitais. Considero isso fundamental. Não é censura, não é limitação à liberdade de expressão. São regras para o uso dessas plataformas digitais, para que não haja captura de mentes, de forma indiscriminada, que possa manipular desinformação, disseminar ódio, violência, ataques a instituições", declarou.

Para Pacheco, as redes sociais viraram um "campo completamente sem lei", e que tudo se resume a lucro. "É uma busca indiscriminada, antiética e criminosa pelo lucro”, disse.

O senador ainda finalizou defendendo que as plataformas digitais devem exercer um "papel cívico" e que espera que a Câmara evolua "para que a gente possa ter uma lei, uma lei federal".

PL das Fake News

O PL 2630 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet e prevê a responsabilização das redes pela disseminação de fake news, o dever de fiscalizar conteúdos falsos que circulam pelas plataformas, o cumprimento de decisões judiciais em até 24 horas e a punição a redes que não cumprirem as ordens estabelecidas por lei.

Com essas medidas, o PL das Fake News busca diminuir a circulação de conteúdos falsos que prejudicam não só a imagem das pessoas que são alvos das publicações, mas toda a democracia, assim como ocorreu nas eleições de 2018, os quatro anos sob gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as eleições de 2022 e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

Na Câmara dos Deputados, o relator é o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que já afirmou que vai pedir ao presidente da Casa Legislativa, Arthur Lira (PP-AL), que a pauta seja debatida com urgência após o episódio envolvendo Musk e Moraes.