GOVERNO LULA

Dança das cadeiras: crescem especulações sobre reforma ministerial e mudança na Petrobrás

"As coisas foram montadas, agora nossa obrigação é entregar", disse Lula, que estuda a primeira mudança após 460 dias de governo. Saiba onde as mudanças podem acontecer.

Lula durante reunião ministerial no Planalto.Créditos: Ricardo Stuckert/PR
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Passados 460 dias desde que tomou posse, Lula tem demonstrado insatisfação com a divulgação dos feitos de setores do governo, enquanto crescem as especulações sobre uma primeira reforma ministerial e a troca de comando na Petrobrás.

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As confidências a interlocutores próximos se tornaram públicas nesta quinta-feira (5), quando Lula reclamou da divulgação dos feitos do governo no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Muitas vezes só ouve falar do SUS pela televisão e muitas vezes quando ouve falar, só ouve falar quando uma pessoa não foi atendida, ou porque uma pessoa morreu na fila, ou porque uma pessoa não sei das quantas. Porque a gente nunca ouve falar da quantidade de coisas boas que o SUS faz”, disse o presidente na inauguração da fábrica de medicamentos da Hemobrás, em Goiana, Pernambuco.

Em ato nesta sexta-feira (5), ao lado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), Lula deu a diretriz aos ministros, ao afirmar que após um ano reconstruindo o que foi destruído por Bolsonaro é hora de os ministros mostrarem seus feitos.

"As coisas foram montadas, agora nossa obrigação é entregar", afirmou.

Ministérios

Alvo de cobiça do Centrão, o Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade, é uma das pastas que pode ser alvo da mudança para dar mais ênfase ao trabalho do SUS, como alertou Lula.

No entanto, a mudança, caso seja concretizada, não deve ser negociada com os parlamentares capitaneados por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.

Lula pode optar por uma solução caseira, transferindo Alexandre Padilha, que desde o início do governo sofre com tentativa de desgaste nas Articulações Institucionais, para a Saúde, pasta que já comandou no governo Dilma Rousseff, quando lançou o Mais Médicos, uma das marcas dos governos petistas.

No Planalto, há possibilidade também de uma troca na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), que tem status de Ministério e é comandada por Paulo Pimenta. 

Braço direito do presidente, Pimenta pode ir para a Secretaria-Geral, no lugar de Márcio Macedo.

Para a comunicação, Lula tem duas opções. Prefeito de Araraquara, Edinho Silva - que comandou a pasta no governo Dilma - já teria sido sondado, mas só deve aceitar o cargo após o fim do mandato na cidade do interior paulista.

A outra opção é o nome do também jornalista Rui Falcão (PT*SP), deputado federal, que já atuou como secretário de comunicação do PT.

Lula ainda cogita trazer a ex-ministra Tereza Campello - criadora do Plano Brasil Sem Miséria no governo Dilma - para o Desenvolvimento Social. Wellington Dias (PT-PI) voltaria ao Senado para fortalecer a bancada governista na casa.

Petrobrás

Na Petrobrás, parte do governo já dá como certa a saída de Jean Paul Prates, desgastado em meio a um embate que chegou ao ápice com a distribuição de dividendos extras da empresa.

Para seu lugar, o nome mais cotado é o de Aloizio Mercadante, que já teria até avisado Prates sobre o convite em um encontro pessoal na última quarta-feira (3).

O próprio presidente da Petrobrás já teria confidenciado a interlocutores que deve reassumir o mandato no Senado em razão da desgastada relação no governo.

Caso Mercadante assuma a empresa, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) pode assumir o comando do BNDES após conquistar a confiança de Lula.

Para o lugar dela, outro nome do governo Dilma é sondado: o do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, que atualmente é diretor de Planejamento do BNDES.