ECONOMIA

Mercadante teria dito a Prates que Lula o sondou para a presidência da Petrobrás

Presidente do BNDES, cotado para assumir a petrolífera, teria orientado Prates a procurar Lula. Embate envolve decisão sobre distribuição de pagamentos de dividendos extraordinários aos acionistas.

Aloizio Mercadante e Jean Paul Prates.Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante teve um encontro pessoal com Jean Paul Prates na última quarta-feira (3) em que teria avisado que foi sondado pelo presidente para assumir o comando da Petrobrás.

O encontro se deu em meio ao embate de Prates com o Conselho de Administração da Petrobras e setores do governo, como o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, após a inclusão de pagamentos dos dividendos extraordinários a acionistas da empresa.

Lula estaria no campo dos seus ministros, contrários à distribuição de dividendos extra proposta por Jean Paul Prates em março.

O presidente também estaria insatisfeito com a postura de Prates, que estaria pressionando o governo por uma posição a seu favor.

Nesta quarta-feira (4), Prates fez uma publicação na rede X em que ironiza uma possível "saída" da Presidência da Petrobrás.

Na reunião, Mercadante teria orientado Prates a procurar Lula, que teria tentado marcar um encontro com o presidente, mas sem sucesso até agora.

Entenda

A suposta briga teria escalado em 8 de março, quando as ações da Petrobrás caíram na bolsa de valores brasileira (b3), por conta da suspensão dos repasses. Na ocasião, apontam os meios de comunicação, a estatal perdeu R$ 56 bilhões em valor de mercado.

Prates havia proposto que a metade dos R$ 43,9 bilhões de dividendos extraordinários seriam pagos aos acionistas. No entanto, o Conselho de Administração da Petrobrás – integrado pelos executivos da estatal e representantes dos trabalhadores e do governo federal – vetou a proposta e reteve os valores.

Á época a imprensa já especulava a saída de Jean Paul Prates por conta da crise, mas o presidente Lula fez uma reunião com os dirigentes da empresa e os ministros correspondentes em que foi decidida a permanência de Prates.

Dessa vez, nesse 4 de abril, o governo decidiu pagar os cerca de R$ 20 bilhões aos acionistas, mas uma nova oscilação nas ações da Petrobrás acendeu o alerta dos defensores do capital financeiro e as mesmas manchetes sobre uma virtual demissão de Prates tomaram os jornais.

O desejo pela demissão é claramente motivado pelo interesse na distribuição total dos dividendos, mas pode haver mais coisa em jogo - entenda o embate na Petrobrás.