PRATES FICA

Presidente da Petrobrás permanece no cargo, decide Lula após reunião

Parte da imprensa especulava demissão de Jean Paul Prates após polêmica envolvendo os dividendos extraordinários da estatal petroleira

Lula com o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, diretoria da empresa e ministros.Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde desta segunda-feira (11), com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), além do presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, e a diretoria da empresa. 

Durante a reunião, ficou definido que Jean Paul Prates permanecerá no cargo de presidente da Petrobrás. Ao longo dos últimos dias, parte da imprensa especulou que Prates seria demitido por conta da polêmica envolvendo os dividendos extraordinários da estatal petroleira. 

Na última semana, a Petrobrás havia anunciado o resultado financeiro da companhia em 2023 com um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, segundo maior valor da história. Mesmo com o lucro quase recorde, as ações da companhia caíram cerca de 10% no dia seguinte ao anúncio. Trata-se de uma reação do mercado financeiro à decisão do Conselho de Administração da estatal de reter os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões

Os dividendos são os lucros repartidos entre os acionistas da empresa. Dividendos extraordinários são aqueles pagos acima do mínimo obrigatório e, com a decisão, a Petrobras adiou o pagamento desses valores para o futuro. Jean Paulo Prates se absteve na votação sobre os dividendos, mas seria favorável ao pagamento imediato. Já o presidente Lula e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, seriam contra - fator que gerou um princípio de crise no governo. 

Logo após a reunião desta segunda-feira, Silveira afirmou que Prates permanecerá no cargo e declarou que os acionistas "sabem que o governo é o controlador" da Petrobras, se referindo especificamente à questão dos dividendos. 

"Questão da distribuição dos dividendos]é dinâmica. Foi para a conta de contingência. Governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os os investidores sabem que governo é controlador, tem maioria do conselho", disse o ministro. 

Pouco antes do encontro com Lula, Jean Paul Prates havia dito, em entrevista à GloboNews, que a decisão sobre os dividendos extraordinários tomada pelo Conselho de Administração da Petrobrás não teve interferência de Lula. 

"O presidente não deu nenhuma ordem sobre a questão dos dividendos. Nós estamos discutindo isso com o acionista majoritário dentro dos espaços possíveis. Houve uma discussão a tempo do anúncio do balanço, havia necessidade de fechar o balanço. E foi definido que a gente adiaria a discussão", afirmou. 

Já Lula, em entrevista ao SBT após a reunião, disse não ser “correto” a Petrobrás "querer distribuir R$ 80 bilhões” de dividendos “quando tinha que distribuir R$ 45 bilhões”.

“Tem que pensar o investimento e em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa. O que não é correto é a Petrobras, que tinha que distribuir R$ 45 bilhões de dividendos, querer distribuir R$ 80 bilhões. E R$ 40 bilhões a mais que poderiam ter sido colocados para investimento, para fazer mais pesquisa, para fazer mais navio, mais sonda… Não foi feito. Então, nós tivemos uma conversa séria aqui, com o governo, com a direção da Petrobras porque a gente acha que é importante a gente pensar na Petrobras, é preciso pensar nos acionistas, mas é preciso pensar no povo brasileiro”, sentenciou o presidente. 

Através das redes sociais, Lula publicou uma foto com Jean Paul Prates, ministros e diretoria da Petrobrás. 

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