O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, resolveu injetar a vacina contra novos problemas um ano antes das eleições deste ano. O ministro abriu, na manhã desta quarta-feira (4), o código-fonte das urnas eletrônicas para fiscalização de entidades e universidades.
O evento foi realizado pelo programa Ciclo de Transparência Democrática, da Corte Eleitoral. Moraes afirmou na ocasião que o sistema estará disponível para que ‘hackers do bem’ façam os testes e comprovem as afirmações do TSE sobre a invulnerabilidade e transparência das urnas eletrônicas.
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“As universidades, com seus técnicos, analisaram o código-fonte exatamente para reafirmar o que sempre o Tribunal Superior Eleitoral afirmou e demonstrou, que não há nenhuma vulnerabilidade nas urnas eletrônicas”, disse Moraes.
Sérgio Amadeu comemora
O sociólogo, defensor e divulgador do software livre e da inclusão digital no Brasil, Sérgio Amadeu, comemorou a atitude do ministro. Ele lembrou que “a Justiça Eleitoral tem feito a abertura do código-fonte há muito tempo. Alexandre Moraes manteve essa prática correta”, afirmou. “O importante é abrir os códigos de todos os softwares que estão embarcados nas urnas. Isso permite aprimorar as soluções, encontrar falhas e corrigi-las. Quanto mais olhos auditarem os sistemas, mais eles podem aumentar sua segurança”, alertou Amadeu.
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Desqualificação das urnas
A tentativa de desqualificação das urnas eletrônicas foi uma das principais estratégias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vários de seus seguidores e apoiadores durante o processo eleitoral de 2022.
Antevendo uma derrota eleitoral, o que de fato se concretizou, bolsonaristas não se cansavam de levantar críticas sobre a segurança e transparência das urnas. Insistiram em questões como o voto impresso e a transparência do código fonte.
Em agosto do ano passado, em depoimento à Polícia Federal, Walter Delgatti Neto - o hacker da Vaza-Jato que posteriormente foi trabalhar com a deputada Carla Zambelli (PL-SP) - afirmou que Bolsonaro pediu a ele uma invasão às urnas eletrônicas.
"Encontrou o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do tribunal, e o declarante não poderia ir até lá", diz trecho do depoimento de Delgatti à PF.