ARTHUR LIRA

MST parte para cima de Lira e rejeita indicado para o Incra: "continuidade do bolsonarismo"

Primo de Lira foi exonerado pelo governo e novo indicado do clã foi rejeitado pelos Sem Terra

Escrito en POLÍTICA el

Nesta segunda-feira (29), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra decidiu ocupar a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após o governo nomear um nome associado a Arthur Lira para comandar a superintendência do órgão no estado de Alagoas.

O movimento rejeita e considera uma "continuidade do Bolsonarismo" o nome de Junior Rodrigues do Nascimento como novo superintendente. Ele é membro da 'Naturagro', entidade que afirma representar beneficiários do programa de reforma agrária não alinhados ao movimento.

Conflito com Lira 

Junior foi indicado nesta semana para substituir César Lira, primo de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.

Sua demissão era uma demanda do movimento social desde o ano passado e a exoneração por parte do governo gerou mais atrito na relação já conflituosa entre o governo federal e Lira.

Durante sua gestão, Cesar Lira teve problemas de relacionamento com movimentos sociais, como o Movimento dos Sem Terra (MST). O Incra é fundamental para o diálogo entre o governo e os movimentos sociais ligados à Reforma Agrária.

O novo nome também foi uma indicação de Lira, que tem pautado uma agenda anti-MST na Câmara dos Deputados.

No último dia 17, o presidente da casa conseguiu a aprovação de um requerimento de urgência para o projeto de lei 895/23, que criminaliza invasões e ocupações de terras do movimento.

A medida foi vista como uma resposta à exoneração de seu primo para o cargo. Agora, o governo terá de se equilibrar entre encontrar um caminho do meio entre o movimento social em Alagoas e Arthur Lira, o que não parece uma missão fácil.