“Os nacionalistas, a extrema direita, ganham cada vez mais influência: são um veneno para o mundo. Onde quer que seja, impedem a solução da crise global”, declarou o secretário-executivo do Ministério de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha, Jochen Flasbarth. “Os mais vulneráveis serão as primeiras vítimas desses nacionalistas”, destacou ele em mais um encontro no Brasil com o embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do Brasil no G20, na semana passada.
Flasbarth, que já ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, é conhecido por suas habilidades de negociação nas Conferências das Partes (COPs) sobre o clima e outros fóruns internacionais. Recentemente, o economista esteve em Brasília e Belém, onde participou de reuniões com representantes da presidência brasileira no G20 e observou os preparativos para a COP 30.
Te podría interesar
Lá, o ministro se encontrou com os ministros Wellington Dias, responsável pelo Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e Paulo Teixeira, encarregado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, além de participar do Acampamento Terra Livre 2024 (ATL), a maior mobilização indígena do país.
Durante sua visita, conversou com Joenia Wapichana, presidente da Funai, Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e outras lideranças indígenas presentes. No G20, Flasbarth apoiou a iniciativa brasileira de combate à fome e a formação de alianças para isso. “O Bolsa-Família é uma obra-prima que proporciona a verdadeira segurança que as pessoas necessitam para evitar cair na pobreza mais profunda”, afirmou.
Te podría interesar
“Se as pessoas estão passando fome, não se pode discutir educação e os outros aspectos da sustentabilidade. Sem resolver isso, todo o resto não é alcançado. O combate à pobreza e à fome é, de certa forma, o cerne de toda a agenda de sustentabilidade.”
Em entrevista ao Valor Econômico, ele ainda disse que o Brasil “ocupa uma posição muito importante na agenda internacional”, pois preside o G20 e, em 2025, hospeda a COP 30, a conferência do clima da ONU. “O Ministério da Cooperação Econômica [da Alemanha] apoia a iniciativa, que está sendo discutida dentro do governo [brasileiro]. É algo que me enlouquece pensar que nos últimos anos, com as grandes crises da covid, da invasão da Rússia na Ucrânia e agora a crise do Oriente Médio, que os cinco mais ricos do mundo dobraram suas riquezas.”