Inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poderá concorrer à presidência em 2026 e ao longo do atual período a extrema direita brasileira vem tentando formar uma nova liderança que aglutine os votos deste setor político nas próximas eleições. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG) são os principais nomes.
Mas ainda que haja debates acerca desses nomes no debate público, no que depender dos 32 mil bolsonaristas que ocuparam a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último domingo (21), não restam dúvidas. Tarcísio é o favorito.
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O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, foi à manifestação e entrevistou 368 bolsonaristas. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (22) com margem de erro de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os entrevistados, 54% querem ver o governador de São Paulo como o sucessor eleitoral de Jair Bolsonaro em 2026. Na sequência vem a ex-primeira-dama com 23% da preferência dos bolsonaristas de Copacabana.
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Zema e o general Walter Braga Netto – que foi o candidato a vice de Bolsonaro em 2022 – ficaram cada um com apenas 4% da preferência dos manifestantes. Os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também foram citados.
Em pesquisa anterior, realizada no ato da Avenida Paulista em 25 de fevereiro, Tarcísio também liderou. A preferência dos bolsonaristas paulistas por ele esteve na casa dos 61%.
“A preferência por Tarcísio é um resultado que merece destaque. A gente já tinha detectado isso em São Paulo, mas estava atribuindo ao fato de estar onde estávamos. No Rio, isso confirma o grande apoio dos bolsonaristas num lugar diferente”, afirmou Pablo Ortellado, o coordenador da pesquisa, ao jornalista Leonardo Sakamoto.
Outros dados da manifestação de Copacabana
Para além do sucessor de Jair Bolsonaro, a pesquisa também coletou informações sobre uma série de outras questões, como por exemplo a composição social, econômica e religiosa dos manifestantes.
Entre os presentes, 51% eram homens e 49% mulheres; 38% eram católicos, 33% evangélicos e 12% espíiritas karcecistas; 51% se declararam brancos e 44% se declararam pretos e pardos.
A maioria esmagadora, ou 69%, tinha mais de 45 anos, enquanto a faixa etária entre 25 e 44 anos compôs 25% dos manifestantes. Jovens de 16 a 24 anos foram apenas 6%.
Em termos econômicos, 38% declararam ganhar entre 2 e 5 salários mínimos; 25% entre 5 e 10 salários mínimos; e 11% ganham entre 10 e 20 salários. Aqueles que recebem até 2 salários mínimos foram 18% e os que ganham mais de 20 salários foram 5% dos manifestantes.
Sobre os ataques de Elon Musk – o bilionário dono do X (antigo Twitter) – a Alexandre de Moraes, 91% dizem que a retirada de perfis configura censura. Por outro lado, 56% concordam com a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco.