EXTREMA DIREITA

Michelle, Tarcísio ou Zema? Bolsonaristas de Copacabana já têm um favorito

Pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, entrevistou 368 pessoas na manifestação do Rio de Janeiro; Margem de erro é de 5 pontos

Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro.Créditos: Reprodução/ALMG/Luiz Santana, Governo de SP e Wikipedia
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Inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poderá concorrer à presidência em 2026 e ao longo do atual período a extrema direita brasileira vem tentando formar uma nova liderança que aglutine os votos deste setor político nas próximas eleições. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG) são os principais nomes.

Mas ainda que haja debates acerca desses nomes no debate público, no que depender dos 32 mil bolsonaristas que ocuparam a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último domingo (21), não restam dúvidas. Tarcísio é o favorito.

O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, foi à manifestação e entrevistou 368 bolsonaristas. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (22) com margem de erro de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre os entrevistados, 54% querem ver o governador de São Paulo como o sucessor eleitoral de Jair Bolsonaro em 2026. Na sequência vem a ex-primeira-dama com 23% da preferência dos bolsonaristas de Copacabana.

Zema e o general Walter Braga Netto – que foi o candidato a vice de Bolsonaro em 2022 – ficaram cada um com apenas 4% da preferência dos manifestantes. Os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também foram citados.

Em pesquisa anterior, realizada no ato da Avenida Paulista em 25 de fevereiro, Tarcísio também liderou. A preferência dos bolsonaristas paulistas por ele esteve na casa dos 61%.

“A preferência por Tarcísio é um resultado que merece destaque. A gente já tinha detectado isso em São Paulo, mas estava atribuindo ao fato de estar onde estávamos. No Rio, isso confirma o grande apoio dos bolsonaristas num lugar diferente”, afirmou Pablo Ortellado, o coordenador da pesquisa, ao jornalista Leonardo Sakamoto.

Outros dados da manifestação de Copacabana

Para além do sucessor de Jair Bolsonaro, a pesquisa também coletou informações sobre uma série de outras questões, como por exemplo a composição social, econômica e religiosa dos manifestantes.

Entre os presentes, 51% eram homens e 49% mulheres; 38% eram católicos, 33% evangélicos e 12% espíiritas karcecistas; 51% se declararam brancos e 44% se declararam pretos e pardos.

A maioria esmagadora, ou 69%, tinha mais de 45 anos, enquanto a faixa etária entre 25 e 44 anos compôs 25% dos manifestantes. Jovens de 16 a 24 anos foram apenas 6%.

Em termos econômicos, 38% declararam ganhar entre 2 e 5 salários mínimos; 25% entre 5 e 10 salários mínimos; e 11% ganham entre 10 e 20 salários. Aqueles que recebem até 2 salários mínimos foram 18% e os que ganham mais de 20 salários foram 5% dos manifestantes.

Sobre os ataques de Elon Musk – o bilionário dono do X (antigo Twitter) – a Alexandre de Moraes, 91% dizem que a retirada de perfis configura censura. Por outro lado, 56% concordam com a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco.