AMEAÇA À DEMOCRACIA

Bolsonaro deve realizar novos atos para intimidar STF e divulgar candidatos

Para o deputado Lindbergh Farias, o ex-presidente está em "tentativa constante de golpe" e deveria sofrer prisão preventiva

Bolsonaro deve realizar novos atos para intimidar STF e divulgar candidatos.Créditos: Reprodução/Youtube
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu entorno político devem realizar novas manifestações pelo Brasil. O principal objetivo é intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgar candidatos que vão disputar as eleições municipais deste ano.

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, devem ser realizados novos atos no Nordeste, Sul e em Brasília. A próxima manifestação deve ocorrer no mês que vem em Joinville (SC).

O pastor Silas Malafaia é o personagem que está à frente da organização de tais manifestações, cujo objetivo é intimidar o Supremo Tribunal Federal e, especificamente, o ministro Alexandre de Moraes.

Lindbergh Farias defende prisão preventiva de Bolsonaro: "tentativa constante de golpe"

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) usou as redes sociais para defender a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração de Farias se dá após uma análise dos discursos realizados no ato deste domingo (21) em Copacabana, no Rio.

Segundo o deputado, Bolsonaro usou Malafaia para atacar as instituições democráticas, o STF e o ministro Alexandre de Moraes. "Impressionante como esse Bolsonaro é covarde [...] não teve coragem de falar do Alexandre de Moraes, ele terceirizou tudo pro Malafaia. Ficou falando só besteira, fake news [...] esse pessoal continua tentando dar golpe: foi um ataque ao Supremo, ao Senado [...] a tentativa de golpe é permanente [...] um festival de discursos da extrema direita contra a democracia brasileira”, disse Lindbergh.

Em seguida, Lindbergh Farias afirma que o ato deste domingo mostra que o golpismo segue em curso. "Este ato de hoje mostra que eles vão continuar criando um clima para intimidar o Supremo e impedir uma investigação livre. Isso é motivo de prisão preventiva [...] eu acho que, se não deterem Bolsonaro eles vão continuar o tempo inteiro nessa narrativa e nesse ataque à democracia", disse.

Gleisi detona discurso de Bolsonaro: “ladrão e inelegível” 

A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) também usou as redes sociais para responder ao discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo.

Em sua publicação, Gleisi Hoffmann rebateu o vitimismo de Bolsonaro em seu discurso e o lembrou que ele responde por alguns inquéritos. "Quem responde a inquérito, com provas materiais e testemunhos claros, por ser LADRÃO de joias que pertencem ao povo brasileiro é VOCÊ, inelegível. Assim como responde por fraude e conspiração para ROUBAR o resultado da eleição. Você foi declarado inelegível porque violou a lei e apostou que ficaria impune", disparou Gleisi.

Em seguida, Gleisi Hoffmann afirma que o ex-presidente construiu sua trajetória na "mentira". "A palavra 'mito' tem muitos significados e sinônimos. O que melhor se encaixa na personalidade e na trajetória de Jair Bolsonaro é o mais simples de todos: mentira", disse.

Ato de Bolsonaro reuniu 32 mil pessoas, segundo Monitor USP 
 

Dados divulgados pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo, afirmam que o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo (21) na praia de Copacabana, no Rio, reuniu 32.750 mil pessoas.

Para efeito de comparação, a manifestação realizada em fevereiro, na cidade de São Paulo, reuniu 185 mil pessoas, ou seja, o ato de hoje reuniu cerca de 17% do público presente na Avenida Paulista e foi meta do registrado no outro protesto, também na Paulista, em 2022, que reuniu 64,6 mil pessoas.

O levantamento feito pelo Monitor da USP é coordenado por Alexandre Isaac Siqueira, Pablo Ortellado e Márcio Moretto e tem uma margem de erro de 3,9 mil pessoas para mais ou para menos.

A pesquisa do Monitor da USP foi realizada a partir de 35 fotos tiradas entre 10h e 12h30. Dessa maneira, os pesquisadores selecionaram nove fotos de forma a cobrir a extensão da manifestação na praia de Copacabana, sem sobreposição. Cada uma das fotos foi repartida em 8 pedaços. Em seguida, foi aplicado um método que identifica e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.

De acordo com informações do Estadão, o método possui uma precisão de 72,9% e acurácia (exatidão e precisão) de 69,5% na identificação de cada pessoa.