Elon Musk, bilionário dono da rede X que aderiu à internacional fascista e à narrativa bolsonarista da "ditadura do judiciário", usou uma informação falsa para atacar Lula e voltou a mirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em sua "cruzada" pelos negócios no Brasil, disfarçada de defesa da "liberdade de expressão".
A nova onda de ataques acontece horas antes de Jair Bolsonaro (PL) realizar um ato em Copacabana onde usará justamente a adesão do bilionário à narrativa para tentar se defender das graves acusações - que podem levá-lo à cadeia - de que comandou a organização criminosa que tentou um golpe de Estado no Brasil após a vitória de Lula nas eleições de 2022.
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Neste sábado (20), Musk afirmou que "estamos fazendo o melhor, ao comentar uma publicação que diz que o "X é a única plataforma que não se curvará diante de tiranos corruptos".
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O comentário foi feito em uma publicação em que o jornalista Michael Shellenberger, autor das "denúncias" do chamado Twitter Files Brazil, diz que Moraes "defende teoria da conspiração nacionalista para armar a Polícia Federal contra defensores da liberdade de expressão".
Na publicação, Shellenberger diz que Moraes "atacou com raiva o proprietário do X" ao afirmar que "Musk faz parte de uma vasta conspiração extremista para minar a soberania e a democracia do Brasil".
"Mas não há evidências de qualquer conspiração. Musk não sabia que eu iria publicar o Twitter Files Brasil. Nem os políticos brasileiros que reagiram a eles", diz o jornalista, que foi agraciado e tirou selfies com parlamentares bolsonaristas em uma convocação instantânea para falar das denúncias vazias em audiência pública na Câmara.
Fake news
Em seguida, Musk usou uma fake news divulgada por Mario Nawfal, jornalista australiano que se uniu à horda fascista internacional para fazer eco à narrativa bolsonarista, para atacar o presidente Lula.
"Querem falir a rede X Brasil", disse o bilionário ao comentar a publicação de Narwal, que diz que "o governo federal brasileiro tomou medidas legais contra X, exigindo R$ 1 bilhão de indenização 'por danos morais e sociais à democracia brasileira'”.
A ação, de fato, existe. Mas, partiu da Defensoria Pública da União (DPU) junto à Justiça Federal, que nada tem a ver com Lula ou o governo federal.
Na ação, a DPU cita os recentes ataques de Musk a Moraes, iniciados em 3 de abril com a divulgação do chamado Twitter Files Brazil, e diz que o bilionário instrumentalizou a plataforma para atender a “fins ilícitos”.
Além da indenização bilionária a ação também pede mais quatro medidas contra Musk. Exige que o X adote práticas de moderação de conteúdo que abarquem os direitos à liberdade de expressão e informação, o que inclui a remoção de conteúdos ilegais ou criminosos.
A DPU também pede a criação de um sistema interno para fazer a gestão da colaboração com as autoridades, a publicação de relatórios periódicos a respeito das ações tomadas em virtude de decisões judiciais e a contratação de auditorias independentes que irão avalias as práticas da empresa.
Discurso de Bolsonaro
No ato em Copacabana, Bolsonaro vai suar justamente as denúncias vazias dos chamados Twitter Flies Brazil e a adesão de Musk à narrativa da "ditadura do judiciário" para se vitimizar e inflamar os apoiadores extremistas, se colocando como alvo de perseguição.
De forma covarde, Bolsonaro vai se esconder em Silas Malafaia, seu conselheiro e um dos articuladores da estratégia de convocar os atos, nos ataques a Moraes e à democracia brasileira.
Caberá a Malafaia, principalmente, e a parlamentares extremistas, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Magno Malta (PL-ES) a artilharia contra Moraes.
Diante das provas que se avolumam na investigação da Polícia Federal, principalmente a minuta golpista requerida por Bolsonaro, o ex-presidente busca incendiar os apoiadores radicais para tentar barrar a prisão.
Aliados próximos e o próprio Malafaia acreditam que "com o povo na rua, Bolsonaro não será preso".
Para dar sustentação à narrativa, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) articulou o apoio da ultradireita fascista dos EUA e da União Europeia em viagens com deputados aliados radicais do clã, que estarão no palanque com Bolsonaro em Copacabana.
O objetivo é livrar Bolsonaro da cadeia, tentar reverter a inelegibilidade e colocar o impeachment de Alexandre de Moraes em pauta no Senado, em uma nova versão do golpe desarticulado pelo governo Lula em 8 de janeiro de 2022.