Controlados por famílias que dominam os meios de comunicação há décadas e não disfarçam o ódio a Lula, os grupos Folha, Globo e Estadão resolveram abandonar de vez a fantasia de democratas e estão se alinhando cada dia mais com a ultradireita brasileira, comandada pelo clã Bolsonaro, que recentemente ganhou o apoio do bilionário Elon Musk e de uma internacional fascista sob a articulação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Às vésperas do ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro, os três jornalões publicaram matérias, artigos e editoriais que fortalecem a narrativa do ex-presidente, propagada em grupos de aplicativos e na rede X, de Musk, sobre uma ilusória "ditadura do judiciário", que estaria "censurando" a "liberdade da expressão" do gabinete do ódio no país.
Em novo balão de ensaio - jargão jornalístico para classificar informações plantadas com efeito de potencializar algum fato ou evento -, a Folha de S.Paulo traz na manchete de seu site neste sábado (20) que "Malafaia põe STF sob pressão de religião em investigações contra Bolsonaro".
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No texto, carente de fatos e informações novas, a Folha ecoa o discurso do pastor midiático, conselheiro e principal articulador dos ataques a Alexandre de Moraes e à cúpula do judiciário.
"Para especialistas, a utilização da religião para pressionar a Justiça é sinal preocupante que testa a democracia", diz a Folha, requentando declarações de Malafaia, a quem caberá aumentar a fervura nos ataques ao judiciário no ato deste domingo em Copacabana.
A nova manchete foi divulgada um dia após a Folha destacar uma mentira dizendo que "Moraes derrubou perfis a pedido de órgão chefiado por ele no TSE, mostra relatório", sobre um dos documentos vazios divulgados no relatório trumpista com dados vazados pelo chamado "Twitter Files Brazi", na rede de Musk.
Horas após a divulgação da "reportagem", a Folha soltou uma "errata", dizendo que "a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE foi criada por Edson Fachin, não por Alexandre de Moraes, como afirmado em versão anterior desta reportagem". Informação que já constava no texto, mas foi distorcida na manchete.
‘QG Antifake news’
A fake news divulgada pela Folha nesta sexta-feira (19) foi amplificada pelo Estadão, que em reportagem na edição deste sábado chama a assessoria criada por Fachin para monitorar a mentira e o discurso de ódio nas redes de "'QG Antifake news' de Alexandre de Moraes no TSE", dando um tom pejorativo e repetindo o "erro" da Folha.
"Juristas consultados pela reportagem divergem: uns criticam o fato de um órgão subordinado a Moraes realizar apurações que embasam decisões do próprio ministro. Outros dizem que o chamado poder de polícia da Justiça Eleitoral permite tal arranjo", diz a reportagem, recorrendo a "especialistas" para colocar dúvida sobre o trabalho do "QG" e turbinar a narrativa da horda fascista.
A "reportagem" é amplificada no Editorial, em que o Estadão diz que "o STF parece ter sentido o baque", a respeito do relatório sem consistência alguma divulgada pelos trumpistas, articulado por Eduardo Bolsonaro.
"Lá se vão quase cinco anos de tramitação desses inquéritos no STF. O sigilo sobre eles, que já era um problema na origem das investigações, só tem aprofundado as incertezas quanto à justiça das decisões do ministro Alexandre de Moraes", ecoa o Estadão.
Merval e a jogada ensaiada
Na jogada ensaiada da mídia corporativista liberal, o Globo vai no mesmo tom e diz, também em editorial, que "só fim de sigilo afastará ideia de que STF fez censura".
"Comissão de deputados ligados a Trump acusa Supremo de cercear liberdade de expressão no Brasil", diz o texto, que parece ter sido escrito por Inteligência Artificial a partir do que foi divulgado pelo Estadão.
Após dizer - o mesmo que diz o STF - que os documentos são "apenas despachos com ordens judiciais para remoção de contas", "acompanhadas de decisão do ministro, em geral argumentando que as contas bloqueadas haviam sido usadas para subverter a ordem, incentivar ruptura institucional ou quebrar a normalidade democrática", o jornal, porta-voz político da família Marinho, levanta a mesma "suspeita" do Estadão e do clã Bolsonaro.
"É provável que a acusação de “censura” se revele frágil, mas só será possível saber quando o sigilo for levantado", diz o texto.
"O STF teve papel crítico para evitar que se consumasse a ruptura democrática tramada por bolsonaristas, e foi necessário que agisse com rigor para evitar a disseminação da ameaça à democracia. Mas ela já foi afastada faz tempo. Passou da hora de o Brasil recobrar a normalidade institucional de que tanto necessita", diz O Globo, um ano e 4 meses após a tentativa de golpe de 8 de janeiro e às vésperas de novo ato provocativo de Bolsonaro no Rio de Janeiro.
A cereja do bolo, no entanto, coube ao garoto de recados da família Marinho, Merval Pereira, que em artigo ilustrado com a foto de Alexandre de Moraes diz que "medidas ditatoriais não cabem numa democracia".
"Os ministros estão convencidos de que estão salvando a democracia. Salvaram, realmente, mas é preciso parar um dia. Ou se está na China, num regime ditatorial, onde o governo controla as comunicações, ou nas redes sociais vai passar alguma mensagem que não agrade ao ministro. Tem que haver uma diferença do que é um ataque à instituição, ataque criminal, calunia, difamação e o que é um comentário de quem é contra o governo, ou discorda de alguma ação da Corte. Precisamos voltar ao trilho de normalidade da democracia. Estamos tentando fazer, numa democracia, um controle que só as ditaduras fazem", diz Merval, em texto que mais parece ter sido criado pelo mesmo Malafaia, personagem do balão de ensaio da Folha, que vai tentar incendiar um novo golpismo no ato deste domingo.
A biruta da mídia liberal girou. E voltou a pulverizar mentiras e narrativas para embasar o fascismo neoliberal de Bolsonaro.