INTERNACIONAL FASCISTA

Allan dos Santos criou perfil das Farc para sustentar fake news de Bolsonaro sobre elo com Lula

A fake news segue sendo usada por Jair e pelo, Filho, Eduardo Bolsonaro, que articula a internacional fascista e foi um dos responsáveis por provocar parlamentares trumpistas a entrarem na narrativa

Allan dos Santos e Eduardo Bolsonaro em Nova York.Créditos: Twitter
Escrito en POLÍTICA el

A divulgação de cerca de 150 decisões sigilosas de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo parlamentar trumpista Jim Jordan na Câmara dos EUA, revela uma série de crimes cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que buscam inverter a narrativa ao expor o bloqueio judicial de perfis na rede X, de Elon Musk.

Um dos documentos mostra que o blogueiro Allan dos Santos, foragido nos EUA, criou um perfil na plataforma - @farc_server - para sustentar a fake news de Bolsonaro ligando Lula às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. A conta foi bloqueada por ordem de Moraes.

A fake news foi amplamente propagada pela horda bolsonarista na internet via gabinete do ódio, comandado por Carlos Bolsonaro.

Daniel Silveira (PTB-RJ), que está preso, Bia Kicis (PL-DF), o próprio blogueiro e até o guru, Olavo de Carvalho, morto em 2022, em  pulverizam a mentira na rede de Elon Musk.

A fake news segue sendo usada por Jair e pelo, Filho, Eduardo Bolsonaro, que articula a internacional fascista e foi um dos responsáveis por provocar parlamentares trumpistas a entrarem na narrativa.

Entenda

O Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos Estados Unidos, uma comissão controlada por deputados do Partido Republicano, divulgou um relatório que acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil de promover "censura" à liberdade de expressão no país por conta de determinações do judiciário relacionadas a publicações no antigo Twitter, atual X. A comissão é presidida pelo republicano Jim Jordan, um apoiador fervoroso do ex-presidente Donald Trump e considerado um expoente da extrema direita norte-americana. 

O relatório, intitulado "O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil", vem na esteira dos ataques e ameaças feitas pelo dono do X, o bilionário Elon Musk, ao ministro Alexandre de Moraes e à Justiça brasileira. Segundo o documento, em 2019, o STF teria concedido a si próprio "novos poderes para atuar como investigador, promotor e juiz ao mesmo tempo em alguns casos".

O texto aponta que Moraes, com esses "novos e extraordinários poderes", teria atacado críticos, divulgando decisões do ministro que estavam sob sigilo. Trata-se de um endosso à estratégia de Elon Musk, que alega existir uma "ditadura do judiciário" no Brasil, em consonância com bolsonaristas. 

A maior parte das decisões de Moraes divulgadas no relatório dos deputados norte-americanos são ordens, fundamentadas em investigações, a plataformas de redes sociais, como o X, determinando a remoção de postagens e suspensão de perfis de extremistas investigados em inquéritos, como o das milícias digitais, e acusados de incitar a violência e golpe de Estado, espalhar informações falsas e fazer ameaças contra autoridades. 

Os deputados republicanos ainda colocam ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores como vítimas, fazendo referência direta ao recente conflito entre Elon Musk e o judiciário brasileiro. O documento é, na verdade, uma forma de atacar o presidente dos EUA, Joe Biden, que segundo os parlamentares trumpistas também promoveria "censura" no país. Além disso, o relatório cita outros países que, como Canadá e França, que segundo esses congressistas também praticariam "censura" e, por isso, as informações contidas no documento deveriam servir de "alerta" para os EUA. 

O Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos EUA não tem poder algum para tomar decisões no país, muito menos para dar ordens ao judiciário brasileiro, e serve apenas para fazer sugestões ao Congresso e analisar projetos, tal como ocorre com as comissões nas casas legislativas do Brasil.