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Acusado de incendiar casa de rival, ex-presidente do União Brasil tem inquérito aberto pelo STF

Luciano Bivar é acusado de ameaçar a família de Antonio Rueda num contexto de disputa pela liderança da sigla

Luciano Bivar.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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O deputado federal e ex-presidente do União Brasil, Luciano Bivar, agora será investigado pela Polícia Federal por decisão do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal. Bivar é acusado por Antonio Rueda, adversário político dentro da sigla, de incendiar seus imóveis e ameaçar sua família no âmbito de disputa pela presidência do partido.

A Procuradoria-Geral da República já tinha aprovado a investigação na última semana, em 5 de abril. Faltava uma assinatura do Supremo. Foram os advogados de Rueda, atual presidente da sigla, que pediu a investigação por meio de representação protocolada na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal.

A defesa de Rueda diz que sobram indícios de que Bivar estaria envolvido com os incêndios e ameaças. O caso precisou ir para STF uma vez que o acusado é um deputado federal em exercício.

O prazo para a conclusão do inquérito é de 60 dias. Depois disso, a PF apresenta um relatório à PGR que decidirá se aceita ou não a denúncia. Em caso positivo, o ex-presidente do União Brasil se tornará réu pelos crimes que a investigação apontar.

Bivar foi o primeiro presidente do União Brasil. O partido foi criado em 2021 da fusão do PSL, ex-partido de Jair Bolsonaro, com o Democratas, antigo PFL.

Imóveis incendiados e presidência do partido

Dois imóveis do advogado Antônio Rueda, novo presidente nacional do União Brasil, foram incendiados simultaneamente em Pernambuco em 11 de março.

Ambos os imóveis ficam na Praia de Toquinho e, em um deles, vive a irmã de Rueda, Emília Rueda, que é tesoureira de seu partido. O advogado estava em Miami, nos Estados Unidos, no momento do incêndio. Ninguém ficou ferido. Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram à época as casas sendo completamente destruídas pelas chamas.

O fato ocorreu pouco tempo após a eleição de Rueda como novo presidente do União Brasil, em meio a um embate com o então comandante da sigla, Luciano Bivar. O cacique chegou a tentar a anulação a convenção que alçou o advogado à chefia do partido. Rueda, inclusive, registrou recentemente um boletim de ocorrência contra Bivar por suposta ameaça.

Dois dias depois dos incêndios, a Executiva do União Brasil decidiu com 17 votos favoráveis aceitar a representação aberta contra Luciano Bivar, o atual presidente do partido, que pede seu afastamento, a cassação da sua ficha de filiação e, em última instância, sua expulsão da legenda.

Semanas depois, ele foi afastado do partido e Rueda assumiu a presidência com antecedência. O mandato de Bivar estava previsto para terminar no fim de maio e a posse do novo presidente ocorreria no mês seguinte.