MULHERES NA POLÍTICA

Sem representatividade efetiva na Câmara, deputadas ficam limitadas a projetos sobre gênero

Maioria das mulheres no plenário trata de assuntos relacionados à proteção e direitos, mas também tem pouco espaço em temas universais

Bancada Feminina.Créditos: Câmara dos Deputados
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Em 2023, deputadas lideraram 40% das propostas aprovadas no plenário, um marco para a representatividade feminina na Câmara, que compõe apenas 18% dos membros (91 de 513).

No entanto, a "pauta feminina" ainda domina os relatórios, com quase metade das propostas voltadas para inclusão e proteção de meninas e mulheres. O objetivo também deveria ser a ampliação da participação das mulheres em temas gerais e mais abrangentes, como economia e administração pública. As parlamentares hoje são minoria na abordagem desses assuntos.

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados é a responsável pela realização do levantamento que mostrou que dos 182 relatórios, 76 foram feitos por mulheres, e 48% (37) estavam diretamente ligados somente a temas de gênero. Sem deixarem de ser essenciais, grande parte da relatoria feminina está na:

1. Garantia de medidas protetivas:

2. Ampliação do direito a acompanhantes em serviços de saúde:

  • Garantir à mulher o direito de ter acompanhantes de sua escolha em consultas, exames e procedimentos médicos.

3. Aumento da pena para crimes contra a liberdade sexual e exposição da intimidade sexual:

  • Punir com mais rigor crimes como estupro, importunação sexual e divulgação de imagens íntimas sem consentimento

Só 14 relatorias designam temas gerais, voltados para:

  • Cultura;
  • Feriados nacionais;
  • Denominação de rodovias;
  • Questões trabalhistas;

Projetos com relatorias de mulheres aprovados nesses colegiados corresponderam a 12,6% do total. Dos 5.473 projetos aprovados nos 30 colegiados temáticos da Casa, apenas 692, feitos por mulheres, foram aprovados.