A Polícia Federal (PF) marcou para a próxima segunda-feira (11) o novo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
A nova oitiva foi marcada para que Cid seja confrontado com as novas informações reveladas em depoimentos pelo general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e pelo tenente-brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Junior, que comandou a Força Aérea Brasileira.
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Segundo o advogado Cezar Bitencourt, responsável por negociar a delação premiada de Cid, o ex-ajudante de Bolsonaro não vai ocultar informações dos investigadores.
"Esquecer, ele pode ter esquecido, afinal são cinco anos passados a limpo. Mas omitir, nunca. Se perguntar, ele fala", disse Bitencourt ao jornal O Globo.
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Comemorada na cúpula das Forças Armadas, que vê como forma de livrar a instituição militar de participação na trama golpista, o depoimento de Freire Gomes implicou diretamente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o general, ele teria visto nas mãos do próprio ex-presidente a minuta golpista que seria usada para declarar Estado de Sítio.
Assim como Baptista Júnior, Freire Gomes fez questão de ressaltar que se opôs contra a sanha de Bolsonaro e que, por esse motivo, virou alvo da pressão de golpistas liderados pelo também general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa do ex-presidente.
Nesse ponto, as declarações dos dois militares coincidem com a de Cid, que relatou que apenas o comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, teria colocado as tropas à disposição do golpe.
Segundo a investigação da PF, Freire Gomes entrou no Palácio do Alvorada para reunião golpista com Bolsonaro no mesmo dia e horário que ex-assessor internacional da presidência Filipe Martins, que teria levado a minuta golpista ao ex-presidente.
Em novo depoimento, Cid deve ser confrontado com as informações sobre as trocas de mensagens com Freire Gomes.
Em áudio enviado ao general no dia 12 de dezembro, após a reunião da cúpula militar, Cid diz que Bolsonaro havia sofrido muita pressão para tomar uma medida mais drástica “utilizando as Forças”. Ele cita ainda que o ex-presidente teria editado a minuta golpista, prevendo só a prisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).