O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) está descumprindo uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que pede que os investigados pela participação nos planos golpistas de Jair Bolsonaro (PL) sejam afastados dos seus cargos públicos. O descumprimento é atribuído tanto a Pazuello como à própria liderança do PL na Câmara.
A decisão de Moraes data de 8 de fevereiro e impõe que o general da reserva Mário Fernandes, que trabalha no gabinete de Pazuello, seja afastado. Fernandes foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro e atualmente tem um “cargo de natureza especial”.
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Segundo o jornal O Globo, Fernandes segue trabalhando e o site da Câmara mostra que ele recebeu o seu salário de R$ 15,6 mil referente ao mês de fevereiro. Nomeado em 24 de março do ano passado pela liderança do PL, foi emprestado ao gabinete de Pazuello, o que dá a responsabilidade tanto ao deputado como à liderança em realizar o desligamento do servidor para atender a decisão.
Fernandes apareceu nas investigações da Polícia Federal por meio da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Considerado como um dos mais extremistas entre os golpistas, teria incitado ostensivamente a realização de um golpe de Estado.
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Sua tarefa seria a de convencer Carlos Alberto Rodrigues Pimentel, que o substituía como chefe do Comando de Operações Especiais (Copesp) do Exército em Goiânia, a embarcar na trama golpista e impedir a posse de Lula (PT) em 1º de janeiro. Fernandes exerceu o mesmo cargo de comando antes de ir para a reserva.
Em 8 de fevereiro, mesma data que Moraes ordenou seu afastamento do Congresso Nacional, Fernandes foi alvo de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis.
Entre outros episódios, participou da famigerada reunião de Bolsonaro com embaixadores, em que o sistema eleitoral foi atacado e mais tarde rendeu a condição de “inelegível” ao ex-presidente.