O presidente da França, Emmanuel Macron, esteve no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (27) ao lado do presidente Lula (PT) para a cerimônia que lançou o submarino Tonelero (S42) ao mar. O evento ocorreu no Complexo Naval de Itaguaí e a embarcação foi completamente produzido no Brasil a partir do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
O programa, avalia Lula, é o “maior e mais importante projeto de cooperação internacional em assuntos de defesa do Brasil. Ele garante a soberania brasileira no nosso litoral, fortalece a indústria naval, com geração de emprego e renda, e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação”.
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O Prosub foi realizado a partir da Parceria Estratégica entre os dois países assinada em 2008, durante o segundo mandato do petista. O orçamento total da parceria está avaliado em R$ 40 bilhões.
O Tonelero é o terceiro submarino desenvolvimento em parceria com a França. Além dele, o Brasil já tem duas embarcações do tipo ‘Scorpène’ nomeadas “Riachuelo” e “Humaitá”. No ano que vem, quando as relações entre os dois países completam 200 anos, um quarto submarino chamado “Angostura” será lançado.
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“Vocês o batizaram com o nome de uma grande vitória da história brasileira. E, de fato, esse submarino é uma vitória, nem que fosse apenas pelo seu berço, aqui mesmo, pois há apenas 16 anos este lugar de Itaguaí era apenas florestas e pântanos. Mas, hoje, é um dos estaleiros de construção de submarinos mais modernos no mundo e o único no hemisfério Sul”, comentou Macron a respeito do Tonelero.
Os mandatários ainda aproveitaram o evento para anunciar a construção de um submarino de propulsão nuclear que se chamará “Álvaro Alberto”.
“A continuidade de suas operações e possível expansão para aeronaves de uso civil estão em linha com a política brasileira de neoindustrialização. O presidente Macron e eu concordamos em ampliar esse esforço com a criação do Comitê Bilateral de Armamentos, com foco no desenvolvimento de sinergias e promover maior equilíbrio em nosso comércio de produtos de defesa”, afirmou Lula sobre a continuidade da parceria com os franceses na área da defesa.
“Queremos a paz”
Para além das questões da soberania nacional e da geração de empregos a partir da indústria de defesa, Lula aproveitou para falar sobre paz. Na sua visão, é importante que o Brasil se adeque à realidade tecnológica sem que, em decorrência disso, comece a participar de guerras. O mandatário avalia que o país precisa ter um arsenal que garanta sua defesa justamente para se precaver de eventuais conflitos e auxiliar outras nações que busquem a paz.
“Nós queremos ter o conhecimento para garantir, a todos os países que querem paz, que saibam que o Brasil estará ao lado de todos, porque a guerra não constrói, a guerra destrói. O que constrói é desenvolvimento, é conhecimento científico, é conhecimento tecnológico e é nessa área que nós queremos fortalecer a nossa parceria com o povo francês”, afirmou.
Macron aproveitou o embalo e também se colocou como o líder de uma nação pacífica.
“Nós temos, no fundo, a mesma visão do mundo e dos seus equilíbrios. As grandes potências pacíficas, como a França e o Brasil, devem reconhecer que, nesse mundo cada vez mais desorganizado, nós temos que falar com firmeza e for??a, porque somos as potências que não querem ser os lacaios de outros. Nós temos que saber defender com credibilidade a ordem internacional”, Macron.
Indústria de defesa
Já o ministro José Múcio, da Defesa, comemorou o crescimento da indústria de defesa brasileira em relação aos anos em que Jair Bolsonaro (PL), um ex-capitão reformado, esteve no poder. O Brasil hoje pertence a um seleto grupo de países com capacidade para construir submarinos.
“Em 2023, as exportações autorizadas relativas à indústria da defesa foram 127% maiores do que as de 2022, atingindo o segundo melhor desempenho desde o início desse acompanhamento, em 2001”, afirmou Múcio.