Uma reportagem da Revista Piauí publicada nesta quinta-feira (14) revelou diversos impropérios discutidos por procuradores da República em grupos de mensagem do Telegram.
As mensagens mostram como figuras importantes no Ministério Público e da Lava Jato possuíam pensamentos extremamente reacionários ao debater diferentes temas da sociedade brasileira.
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O conteúdo é oriundo do celular de Deltan Dallagnol e proveniente dos grupos BD (de “brigada digital”) e Terra de Brutos, repletos de procuradores do MP da Lava Jato e de outras operações.
Xenofobia, homofobia e ódio aos mais pobres
As conversas assustadoras dos procuradores mostram uma série de preconceitos no seio do Ministério Público, instituição que deveria defender a população brasileira.
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Por lá, absurdos homofóbicos, xenofóbicos e machistas pareciam ser regra, de acordo com a reportagem da Piauí.
Helio Telho, procurador do estado de Goiás, defende que fumantes não deveriam ter direito de usar o SUS. Outro procurador, Ailton Benedito de Souza, defendeu taxar mais brasileiros que fumam "crack, maconha etc. Idem para quem pega HIV.”
Posteriormente, o procurador ainda escreveu “por isso que não tenho pena dos nordestinos […] Quando os vejo sofrer pelas suas desgraças, considero-as merecidas.”
Helio Telho, por exemplo, afirmou que é “50% irônico, 50% homofóbico, 100% matematicamente certo. A perpetuação da espécie depende do heterossexualismo".
Benedito, novamente, escreve que, para reduzir a taxa de natalidade, seria necessário “acabar com o Bolsa Família e todos os benefícios assistências que incentivam a procriação faria bem às famílias.”
Machismo
Porém, o tema mais surpreendente sobre as mensagens é o machismo contra figuras da política nacional, como a então presidenta do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia e a ex-primeira-dama Marisa Letícia.
A procuradora Lívia Tinoco, sobre a ministra Carmem Lúcia: "Eu gosto tanto da Cármen Lúcia. Acho ótima magistrada. Mas em matéria de cuidados corporais ela é péssima. Parece até ser anti-higiênica".
Laura Tessler, membra da Lava Jato, reproduz o pior tipo de humor bolsonarista. "Diz que o sítio é mesmo do Lula. A primeira foto mostra uma 51!!!”.
Posteriormente, Luiz Lessa ofende a falecida Marisa Letícia, chamando a ex-primeira-dama de “tribufu do inferno stalinista”.