RELAÇÃO REPUBLICANA

Tarcísio fala sobre troca de afagos com Lula e manda recado a Bolsonaro

De Milão, onde busca compradores para seu projeto de venda das estatais paulista, Tarcísio mandou recado ao ex-presidente e extremistas que iniciaram novo levante odioso contra o governo Lula

Lula e Tarcísio Gomes de Freitas em evento em Santos.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em Milão, na Itália, para promover o plano de privatizações no Estado, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), se pronunciou sobre a troca de afagos com Lula, que deixou Jair Bolsonaro (PL) novamente irritado.

ASSISTA: "Volta para o PT": Tarcísio gargalha e recebe afago de Lula em evento em Santos

Lula e Tarcísio estiveram juntos na última sexta-feira (2) em evento em Santos, no litoral paulista. Na ocasião, o governador gargalhou ao ouvir da plateia: "volta para o PT".

Em seu discurso, Lula afagou o governador e lembrou que "Tarcísio trabalhou com a Dilma Rousseff". 

"Depois, eu estranhei vendo ele trabalhar com Bolsonaro. Mas paciência, é opção dele. E depois ele ganhou de nós nas eleições, o que eu vou lamentar. Eu tenho que parabenizar e preparar para derrotar você nas próximas eleições", brincou o petista.

Ao fim da fala, Tarcísio apertou a mão e deu um abraço em Lula, em um clima bem-humorado. 

Bolsonaro reagiu com ira, dizendo que "Tarcísio é meu irmão" e seguiu resmungando sobre o tema, usando para atacar Lula.

"Mandaram para mim uma declaração do [Guilherme] Boulos de que se bobear o Lula até filia o Tarcísio no PT. Eu ia ficar com receio é se ele tivesse dito que o Lula iria roubar o Tarcísio para o PT, porque disso ele entende bem", gracejou o ex-presidente a apoiadores em Angra, onde passa férias.

"Relação republicana"

Em entrevista à Folha na Itália, Tarcísio se pronunciou sobre a troca de afagos e disse que vai trabalhar com Lula "em estreita colaboração nos temas importantes".

"Sempre que fui perguntado sobre como seria a relação com o governo de oposição, eu disse que a relação seria republicana –e está sendo", afirmou.

O governador aproveitou para mandar um recado a Bolsonaro e aos seguidores extremistas do ex-presidente.

"Acho que todo mundo entende o papel do governador de São Paulo, pensando o melhor para o estado. A gente não ganha nada em ter uma relação belicosa com o governo federal. Queremos ter uma relação harmônica", disse, sinalizando que não vai entrar no espiral de ódio bolsonarista contra Lula.

Sobre Bolsonaro, ele diz ter "um carinho muito grande".

"Foi um cara que me estendeu a mão e me abriu uma grande oportunidade. Se eu estou em São Paulo, é por causa dele. Tenho uma excelente relação, é um grande amigo e vai continuar sendo sempre", afirmou.