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Bolsonaro se pronuncia e mostra irritação com troca de afagos entre Lula e Tarcísio

Ex-presidente encontrou governador paulista ao tentar lucrar politicamente no enterro de PM da Rota assassinado em Santos. Bolsonaro defendeu o extermínio "de uns 40" após morte de policial.

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas no enterro de PM da Rota.Créditos: Reprodução/Twitter
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Desnorteado desde o início das investigações sobre a chamada "Abin paralela", Jair Bolsonaro (PL) reagiu de forma irritada ao ser indagado sobre a troca de afagos entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), seu ex-ministro, em evento em Santos na última sexta-feira (2).

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"Tarcísio é meu irmão", respondeu secamente ao ser indagado neste domingo (4) sobre o tema pelo jornalista Rabier Bragon, da Folha, enquanto recebia apoiadores em sua casa de praia, em Mambucada, alvo da operação da Polícia Federal na última semana.

Bolsonaro, no entanto, seguiu resmungando sobre o tema, usando para atacar Lula.

"Mandaram para mim uma declaração do [Guilherme] Boulos de que se bobear o Lula até filia o Tarcísio no PT. Eu ia ficar com receio é se ele tivesse dito que o Lula iria roubar o Tarcísio para o PT, porque disso ele entende bem", gracejou o ex-presidente aos apoiadores.

Em publicação nos stories do Instagram, no entanto, Bolsonaro mostrou que sentiu a aproximação entre Lula e o governador paulista, que já havia atuado no governo Dilma Rousseff (PT) e ouviu um "volta para o PT" durante ato com o presidente.

Bolsonaro publicou uma foto com Tarcísio e replicou um tuite de perfil de ultradireita dizendo: "os ministros de Lula são tão ruins... tão ruins... que ele teve que elogiar um ministro do governo Bolsonaro - Tarcísio de Freitas".

Extermínio

No sábado (3), Bolsonaro foi a Santos para tentar lucrar politicamente com o enterro do PM da Rota Samuel Wesley Cosmo, assassinado com um tiro na cabeça durante operação em uma favela da cidade.

Ele ficou ao lado de Tarcísio durante a cerimônia, mostrando certo incômodo. 

Desde o sábado, o ex-presidente buscou politizar o assassinato do PM da Rota e pregou uma operação de revanche para se fazer um extermínio na favela onde ocorreu o assassinato.

"A Rota já começou a operar na Baixada?", indagou durante o encontro com apoiadores de Mambucada.

Em seguida, o ex-presidente defendeu que a Rota mate "mais uns 40 lá", lembrando o morticínio no ano passado em operação após outro soldado ter sido morto no Guarujá, na Baixada Santista.

"Mataram um soldado da Rota ontem com um tiro no olho. A Rota já desceu para operar. Tem um soldado ferido no braço. Na última vez acho que uns 50 foram operados lá. Problema de pele, micose, todos foram operados, bem tratados", afirmou, completando mais adiante: "Vão operar mais uns 40 lá, com certeza".

Operar é a gíria usada por policiais e milicianos para assassinar.