ORCRIM BOLSONARISTA

Ramagem: PF encontrou documentos de operação da Abin em comunidades cobiçadas pela milícia

Ação ilegal da Abin, sob o comando de Ramagem, teria como um dos objetivos colocar PMs ligados a Bolsonaro no comando das comunidades para favorecer candidatos ligados ao ex-presidente durante as eleições.

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem.Créditos: Facebook / Delegado Ramagem
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A Polícia Federal (PF) encontrou na casa de Alexandre Ramagem (PL-RJ) documentos de uma operação da Agência Brasileira de Informação (Abin) em comunidades do Rio de Janeiro que são cobiçadas por grupos milicianos. A informação é do portal Uol.

Deputado, Ramagem é ex-diretor da Abin e pré-candidato do clã Bolsonaro à prefeitura da capital fluminense. 

Em junho do ano passado, reportagem de Rodrigo Rangel no portal Metrópoles revelou que Ramagem usou verba secreta da Abin para pagar informantes em comunidades do Rio de Janeiro que são dominadas pelo tráfico, onde as milícias têm interesse em entrar.

Os dados eram entregues aos órgãos de segurança pública do Rio e serviam para municiar a ação dos PMs nas comunidades. A ação nas comunidades foi registrada internamente na Abin sob o nome “Plano de Operações 06/2021”, segundo o Metrópoles.

Ainda de acordo com a reportagem, ao menos um dos casos envolve a “compra” de informações de fontes de uma área onde as milícias tentam atuar há anos.

Internamente, foi tratada a hipótese de uso eleitoral da operação. O objetivo seria colocar grupos de policiais ligados ao bolsonarismo nas comunidades para agir em favor de candidatos ligados ao ex-presidente.

A operação para pagar informantes teria custado cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres da União. A ação é ilegal, pois a Abin não tem premissa para atuar diretamente nos estados.

Além dos documentos, a PF encontrou com o parlamentar notebooks e aparelhos celulares que pertencem à Abin.