A deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC), uma das figuras mais radicais e ultrarreacionárias da extrema direita brasileira, ao ponto de ganhar a alcunha “deputada do fuzil”, segue a todo vapor com sua sanha autoritária e de cariz fascista. Agora, em vídeo que ela mesma postou nas redes e com legenda, a parlamentar da meiga tiara de flores na cabeça, e que é a principal peça do lobby armamentista no Congresso Nacional, afirma abertamente que cometerá um crime: a formação de um “exército de contrarrevolucionários” em cada município do país.
Na verdade, Júlia quer formar uma milícia, já que exército, no Brasil, existe apenas um, que pertence ao Estado brasileiro. Só que a formação de milícia ou de organização paramilitar é crime (Lei 12.720 de 2012). A fala grotesca e de clara incitação a uma guerra civil foi dada numa reunião partidária do PL, sua legenda, em Santa Catarina, no município de Pescaria Brava. Os impropérios e ameaças foram ditas aos berros, como de costume.
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“22, muito importante... Agora, o que que esse cara vai se comprometer com as nossas bandeiras? De Deus, pátria, família e liberdade? Vai ser só na campanha, e depois vai firmar o pé e ficar do nosso lado, ou vai ficar com medinho de se posicionar? Porque de bundamolismo, a gente tá cheio... Nós precisamos de homens e mulheres de coragem, formar um exército de pessoas com coragem para defender nossas convicções... É assim que eu trabalho lá em Brasília, e é assim que eu quero ver todo mundo no nosso partido... Um abraço, contem comigo e fiquem com Deus, nós iremos vencer”, falou gritando.
Para completar e dar certeza sobre o que se trata a proposta da ‘deputada do fuzil’, ela ainda colocou informações mais detalhadas de sua ideia (criminosa, segundo a lei) na legenda da postagem.
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“CORAGEM - meu discurso ontem no evento em Pescaria Brava/SC - Para formar um exército de contra-revolucionários [sic] que irão atuar em cada município brasileiro precisamos antes de tudo de pessoas com coragem e disposição para enfrentar. Não é fácil remar contra a maré - muitas vezes o espírito revolucionário e estatizante domina inclusive as mentes daqueles que nos apoiam. A revolução sem armas implantada por eles por anos e anos não teve qualquer resistência. Seguiram a cartilha de Gramsci e dominaram as mentes desde a mais tenra idade. Mises conta que foi um excluído do debate acadêmico por defender MENOS ESTADO e muitas vezes nós aceitamos ficar fora do debate por MEDO ou por não saber defender o que pensamos. PREPARE-SE! Você precisa se defender, pois ninguém fará isso por você. Vamos ocupar espaços e formar um exército de pessoas de CORAGEM”, escreveu a extremista que ostenta armas automáticas e discursos violentos em quase todas as suas aparições nas redes.
Veja o vídeo da ‘deputada do fuzil’: