O bolsonarismo é um fenômeno político, e também psicológico, complexo. Há muitas formas de se manifestar dentro desse movimento com contornos de seita e cada um dos adeptos, incluindo aí os parlamentares dessa base, se porta de uma maneira diferente, ainda que todas as performances sejam sempre constrangedoras.
Na sessão da CPMI do 8 de Janeiro desta quinta-feira (17), recheada de declarações bombásticas que ajudariam a incriminar de vez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e na qual o hacker Walter Delgatti foi o depoente, a deputada catarinense Julia Zanatta (PL-SC), conhecida por sua tiara de flores (desta vez sem ela) e pelo monstruoso discurso armamentista que beira a psicose, protagonizou o momento mais tosco do dia.
No melhor estilo “de onde saiu isso?” e esgoelando-se em estado pleno de desequilíbrio, a deputada extremista parecia querer mostrar que é ‘durona’ e ao mesmo tempo comportar-se como um policial violento em meio a um ‘enquadro’. O chilique em tom autoritário e pateticamente improvisado deixou a todos desconcertados e acabou, como era de se esperar, causando risos em Delgatti, que ainda foi ‘advertido’ pela bolsonarista por conta disso.
“O senhor é tão criminoso quanto essas pessoas que fizeram isso com o nosso Brasil. É por isso... E não adianta ficar de risadinha, não... E olha para mim quando tô falando contigo, tá entendendo? Porque aqui o senhor não vai me tratar como tratou um senador da República, entendeu?”, gritou descontrolada a parlamentar ultrarreacionária.
A situação foi tão fora de tom que diversos colegas tiveram que pedir “decoro” e “respeito” a Júlia, que ainda foi admoestada diretamente pelo presidente interino da sessão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), a quem também proferiu insultos e estultices.
Veja a cena bizarra: