ORCRIM BOLSONARISTA

Malafaia ri de investigação e desafia PF: "Pode vir. Vocês vão se ferrar"; veja vídeo

Financiador de ato para Bolsonaro, pastor ainda esnobou fortuna feita com doação de fiéis: "Eu posso pagar outras manifestações, não é só essa, não. Eu tenho recurso pra isso"

Malafaia ri da investigação e desafia PF em vídeo após ato pró Bolsonaro.Créditos: Reprodução / Rede X
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Financiador e organizador do ato pró Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, o pastor Silas Malafaia soltou um sorriso irônico em vídeo para comentar as informações de que virou alvo das investigações da Polícia Federal sobre a organização criminosa golpista após a manifestação do último domingo (25).

VEJA
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"Quando eu abro o celular, estou vendo... Ah, a Polícia Federal vai intimidar, a Receita Federal 'quanto é que foi gasto na manifestação do dia 25'. Gente, começou a perseguição a mim (SIC)?", ironizou.

Em tom sarcástico, Malafaia atacou a imprensa, diz ter "notas" do quanto gastou e esnobou o dinheiro recebido dos fiéis dizendo que pode bancar novos protestos.

"Eu tenho no Imposto de Renda, na minha declaração... E eu posso pagar outras manifestações, não é só essa, não. Eu tenho recurso pra isso. Escolheram o carro errado para perseguir", disse o pastor.

Em uma série de ataques contra as informações divulgadas pela mídia, Malafaia ainda desafiou os investigadores.

"Vem. Pode vir, Polícia Federal, Receita Federal", disse Malafaia, esnobando mais uma vez em seguida. "Pode vir. Eu não preciso tirar dinheiro da igreja para pagar nada. Vocês vão se ferrar nessa. Pode vir.

Assista

Malafaia entrou na mira dos investigadores da PF, que estão analisando de maneira minuciosa seu discurso no ato da Paulista.

De acordo com os agentes e delegados que atuam no inquérito, Malafaia estaria atuando de forma aberta em defesa de uma organização criminosa e para atrapalhar as investigações, inclusive pagando do próprio bolso manifestações como a de ontem, pelas quais os fanáticos seguidores extremistas do ex-presidente são insuflados com várias mentiras e interpretações propositalmente distorcidas dos fatos, a fim de criar animosidades e clima hostil contra a PF, o Ministério Público Federal e o Judiciário.

“Alexandre de Moraes diz que a extrema direita precisa ser combatida na América Latina. Como o ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem a extrema direita nem a extrema esquerda. Ele é guardião da Constituição. O presidente do STF, ministro Barroso, disse ‘nós derrotamos o bolsonarismo’. Isso é uma afronta, uma vergonha”, disse aos berros o “pastor”, claramente inflamando a multidão com o repetitivo discurso ultrarreacionário de Bolsonaro.

Oficialmente a PF não fala sobre a inclusão do nome de Silas Malafaia no inquérito da tentativa de golpe de Estado, tampouco manifesta em quanto tempo terá uma resposta sobre a inclusão ou não do “religioso” nas investigações.

Prisão

Ao deixarem o ato na Avenida Paulista lado a lado Bolsonaro e Malafaia, seu conselheiro e financiador do evento, conversaram sobre a possível prisão do ex-presidente e o recado que teria sido dado com a concentração dos extrermistas apoiadores na manifestação.

Para ambos, a prisão de Bolsonaro é apenas uma questão de tempo e o ato teria servido para mostrar a ministros do Supremo o "poder de reação" do ex-presidente. 

O plano de Malafaia inclui a convocação de manifestação imediata quando Bolsonaro for preso. Para isso, o "pastor" deve intensificar seu discurso contra as "injustiças" de Moraes nos próximos dias, colocando o ministro como principal algoz.

Assim que Bolsonaro for preso, Malafaia sairá com um discurso de perseguição ao ex-presidente, relacionando a atuação do judiciário ao governo Lula.

Além disso, o ato serviu, segundo Malafaia e Bolsonaro, para aliciar apoio internacional ao discurso vitimista.