Distante das redes sociais desde que deixou a prisão, na noite de sábado (10), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem tido silêncio sobre o ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista e pode, até mesmo, entrar em rota de colisão sem volta com o ex-presidente.
Essa é a opinião de Roberto Bertholdo, advogado desafeto de Sergio Moro, que chegou a ser preso pela Lava Jato, e foi incluído no rol de investigados pela "Abin paralela" montada no governo Bolsonaro.
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Em publicação nas redes sociais, Bertholdo diz que conhecer o advogado Marcelo Bessa, que deixou a defesa de Bolsonaro para se dedicar a Costa Neto, e sinaliza que o presidente do PL pode até topar uma delação premiada para se livrar das investigações sobre a organização criminosa que planejava um golpe de Estado.
"O excelente advogado Marcelo Bessa, que é muito ético e bom profissional, defendia alguns casos do ex-presidente #Bolsonaro. Hoje, renunciou à todos esses casos. Acredito, a partir da minha experiência, que o mesmo tomou esta providência pelo fato dele também defender Costa Neto. Isso, na minha opinião, aconteceu, em tese, porque a defesa do ex-presidente do PL, em algum momento processual, poderá se conflitar com os interesses de Bolsonaro", diz Bertholdo.
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Com trânsito nos bastidores da política, em especial entre o Centrão, o advogado ressalta que "quem conhece bem Costa Neto acredita que ele jamais embarcaria numa aventura golpista". "Eu também acredito nisso", emenda.
Bertholdo, no entanto, ignora que partiu do PL a encomenda de um estudo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contestar o resultado das eleições. O "estudo" foi rechaçado por Alexandre de Moraes, que aplicou multa de R$ 22,9 milhões ao partido.
Porém, com a nova prisão - Costa Neto já foi para a cadeia no caso do Mensalão -, há perspectiva de que o presidente do PL mude de postura. Ainda mais com a possibilidade de suspensão do PL, caso a PF comprove que a sigla usou recursos partidários na estrutura golpista.
Em outra publicação na Rede X, Bertholdo ainda alfineta Bolsonaro, dizendo que se fosse advogado de "algum dos que sofreram a restrição/proibição de falar com Bolsonaro, entraria com um pedido para o ministro Alexandre para que esta medida cautelar passasse a ter vigência 'ad eternum', ou seja, para a eternidade".
"Esta medida faria bem para o processo, para a sanidade mental e para a cultura do meu cliente. Bolsonaro é uma péssima companhia", disparou Bertholdo.