NÃO É POSSÍVEL

Mangabeira Unger pedirá habeas corpus para Bolsonaro e o quer solto e elegível

Filósofo que foi ministro de Lula e guru de Ciro Gomes diz querer “Brasil pacificado” e passa a defender com unhas e dentes o ex-presidente de extrema direita que tentou ser ditador

O filósofo Mangabeira Unger.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Roberto Mangabeira Unger, um dos filósofos e intelectuais brasileiros mais reconhecidos no meio acadêmico internacional, fez um anúncio inacreditável para a maior parte dos cidadãos que acompanharam sua trajetória na esfera política nas últimas décadas.

Ex-ministro de Lula (PT) em seu segundo mandato (de 2007 a 2009) e guru estratégico de Ciro Gomes (PT) em suas campanhas presidenciais, Unger afirma que já conversou com interlocutores dos mundos jurídico e político, e até com Jair Bolsonaro (PL), pessoalmente, para entrar com um pedido de habeas corpus preventivo no STF para que o ex-presidente de extrema direita que tentou dar um golpe de Estado não vá preso de forma alguma. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

Sim, você não leu errado. O intelectual de frases prolixas e sonolentas quer poupar Bolsonaro de pagar pelos crimes que cometeu, que não foram poucos, porque ele diz que “é preciso pacificar o Brasil”. De acordo com o filósofo que sempre se enquadrou no campo da esquerda política, o correto seria inclusive desfazer a inelegibilidade do projeto fracassado de ditador, permitindo que ele dispute as próximas eleições com Lula, se for o caso.

Na lógica do acadêmico prestigiado, uma prisão "acirraria ainda mais os ânimos", o que justificaria a impunidade ao líder ultrarreacionário. Ou seja, Bolsonaro estaria livre e à vontade para tentar um novo golpe e uma nova ditadura.

A atitude de Mangabeira Unger soa como inacreditável para os mais diversos ouvintes, de direita à esquerda, pelo simples fato de que a tentativa de se perpetuar no poder por meio dos militares conduzida por Jair Bolsonaro foi explícita, é crime na legislação brasileira e, como tal, deve ser punida, já que nenhum cidadão nacional ou estrangeiro que viva aqui está beneficiado com o direito de ser anistiado por seus crimes.

Negou, mas jornalista confirmou

Horas após a publicação feita por Mônica Bergamo, o filósofo publicou uma mensagem negando que tenha feito tais contatos para salvar a pele de Bolsonaro e garantir sua impunidade. Porém, a jornalista da Folha de S.Paulo manteve sua publicação e reiterou que Mangabeira Unger está envolvido em tal empreitada em favor de Jair Bolsonaro.