FOGO NO PARQUINHO

Bolsonarista acusa Moro de vender "inquéritos da PF para o Doria" e ex-juiz reage

Alvo da mesma horda que nutriu quando deixou a toga, Moro se ocupa em responder a uma nova tese extremista sobre sua saída do governo: tramar um plano com FHC para derrubar Bolsonaro.

Influenciador bolsonarista, Leonardo Ragram, Sergio Moro e Bolsonaro.Créditos: Rede X / Marcos Corrêa PR
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Em meio aos preparativos do julgamento que deve cassar seu mandato como senador, Sergio Moro (União-PR) foi às redes nesta quinta-feira (15) para rebater acusações de ex-aliados, dos tempos em que surfava na onda da horda comandada por Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais.

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Influenciador bolsonarista, Leonardo Ragram fez uma grave acusação ao ex-ministro da Justiça na rede X, que teria motivado o pedido de exoneração do cargo em abril de 2020.

À época, Moro saiu atirando e acusou Bolsonaro de interferir na PF. Os dois ficaram rompidos até o segundo turno das eleições de 2022, quando o ex-juiz pediu "excusas" e entrou na campanha do ex-presidente.

Agora, o influenciador bolsonarista dá uma nova versão para a saída de Moro do governo Bolsonaro: de que o ex-juiz teria vendido investigações da Polícia Federal para o ex-governador paulista, João Doria (PSDB), que deixou a política após ser preterido da disputa presidencial.

"Fato comprovado: O Moro VENDEU os inquéritos da PF para o Doria. Bolsonaro soube disso às 13:00h do dia 23 de Abril ( um dia antes da demissão de Moro), em uma reunião envolvendo o Sr. Chefe da Abin, Ramagem, o seu filho Carlos Bolsonaro, o Sr. Helio, supervisor da secretaria da Casa Civil, e o Sr. Ronald Rhovald, representante da CIA no Brasil", diz o influenciador bolsonarista no texto, afirmando que "a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of Americas e o Gazzeta delo Sport e deve sair na mídia em breve".

Ragram destaca ainda "que Moro estava recebendo o pagamento total dos prêmios, US$70.000,00 para cada inquérito vendido, mais um bônus de US$400.000,00 para todos os seus assessores e integrantes da comissão, num total de US$ 23.000.000,00 vinte e três milhões de dólares) por meio das empresas de João Doria e João Amoedo".

O bolsonarista diz ainda que o esquema foi descoberto pelo então diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ) - alvo de inquérito sobre a "Abin paralela".

"Assim, combinou-se que o Moro pediria demissão antes que Bolsonaro o demitisse para que a culpa ficasse com Bolsonaro e Moro pudesse ter a vantagem de dizer que não havia feito nada de errado", conta.

Em devaneio consonante com as teorias da conspiração da horda, o bolsonarista diz que Bolsonaro "também soube que Moro estava participando com FHC, Maia, Alcolumbre e Tofolli do plano para derrubá-lo".

"PR Bolsonaro convocou pessoalmente Moro pra reunião na presença dos investigadores da ABIN, colocou o assunto na mesa e informou que seu protegido Delegado Maurício Valeixo era o principal informante da Esquerda. Moro empalideceu e, com a traição descoberta e sem outro jeito, resolveu, nas costas do PR Bolsonaro, fazer a coletiva de traição declarada", diz.

Moro comenta

Alvo da mesma máquina de fake news e discurso de ódio que apoiou quando esteve no governo, Moro foi às redes negar a tese do bolsonarista.

"Nunca vi tanta mentira fantasiosa. Irei processar Leonardo Ragram criminalmente e por danos morais. Prepare-se para sustentar o que disse ou pode começar a guardar dinheiro para pagar a indenização", escreveu o ex-juiz.