Anotações feitas pelo general Augusto Heleno, apreendidas pela Polícia Federal, revelam críticas contundentes sobre a gestão do governo de Jair Bolsonaro. O conteúdo, registrado em um caderno pessoal do general e analisado como parte de investigações, apresenta reflexões e preocupações internas sobre os rumos do governo, especialmente durante a pandemia de COVID-19 e nas relações políticas com o Congresso Nacional.
Entre os trechos mais marcantes, Heleno escreveu: "desdenha do vírus", "não tem gestão" e "nada está bom", sugerindo insatisfação com a condução do governo e as dificuldades enfrentadas. Em outro ponto, o general afirma: “PRES TEM QUE TOMAR VACINA”, em uma possível crítica à postura de Bolsonaro diante da vacinação, tema que gerou forte polarização durante o período.
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As anotações também destacam a relação conturbada entre o governo e o Congresso. Heleno aponta que Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados, “travava tudo”. O general escreve que com a eleição do novo Congresso, o presidente “destravou a pauta”, em referência ao apoio de novos líderes eleitos à agenda governamental.
Outro ponto abordado no caderno é a popularidade de Bolsonaro, descrita como em queda: “há um rombo na popularidade do PRES”, escreveu Heleno. As frases registram um cenário de preocupação com a percepção pública e o desgaste político enfrentado pelo governo em diferentes frentes.
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As anotações, simples e diretas, são emblemáticas da visão de bastidores durante o governo Bolsonaro, revelando tensões e críticas dentro do próprio núcleo de confiança presidencial. A análise desses registros oferece uma visão rara sobre os desafios internos de uma gestão marcada por crises e disputas políticas.