BPC

Macaé Evaristo defende BPC e propõe taxação de grandes fortunas como alternativa fiscal

Em audiência pública na Câmara, ministra dos direitos humanos disse que revisão cadastral não pode atingir os mais pobres

Macaé Evaristo em sua primeira audiência pública ontem (3/12) na Câmara.Créditos: Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados
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A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, afirmou, nesta terça-feira, 3 de dezembro, em sua primeira audiência na Câmara, que o pente-fino no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pode desfavorecer mais pobres. A proposta, que vem sendo criticada por amplos setores progressistas, é do Ministério da Fazenda, pasta comandada por Fernando Haddad. 

Durante sua fala à Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a ministra destacou que a revisão cadastral pode prejudicar diversos beneficiários mais vulneráveis, incluindo idosos e pessoas com deficiência, ao invés de cumprir seu objetivo de combater irregularidades. 

“A gente entende as demandas do ajuste fiscal, mas é preciso que seja feito a partir da taxação das grandes fortunas. Acho que esse é um debate que precisa ser enfrentado nesta Casa, porque senão nós vamos cada vez mais penalizar aqueles que historicamente são penalizados”, disse.

Leia também: A disputa pelo ajuste fiscal 

Evaristo também pediu o apoio dos parlamentares para barrar cortes e reforçou a importância de proteger os direitos dos mais necessitados. Ela também ressaltou que o Ministério dos Direitos Humanos trabalha para assegurar que os processos de revisão sejam mais justos e transparentes, minimizando impactos negativos sobre as populações vulneráveis.

Por outro lado, representantes do mercado têm defendido o pente-fino como uma medida de corte de orçamento. Uma das propostas do ajuste fiscal do governo, a PEC 45/24 veda deduções não previstas em lei para fins de comprovação de renda para acesso ao BPC. 

A discussão evidencia tensões entre a busca por economia fiscal e a preservação de direitos fundamentais, principalmente em um cenário onde o aumento das demandas sociais requer atenção especial às políticas públicas. Enquanto o governo busca otimizar os recursos, a ministra e aliados parlamentares alertam para a necessidade de evitar que medidas administrativas comprometam a sobrevivência de famílias em situação de vulnerabilidade extrema. 

Na audiência pública, a ministra também aproveitou para anunciar ações do governo em apoio às pessoas com deficiência, como Fundo Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e cursos para formação de professores da educação básica para promoção da educação inclusiva que deve formar e formar mais de 1 milhão de professores até 2026.

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